O candidato presidencial Jair Bolsonaro (PSL) foi esfaqueado nesta quinta-feira (6) na região do abdômen durante um ato de campanha na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais, e sofreu um ferimento aparentemente sem gravidade.
De acordo com vídeos que andam a circular na internet (veja abaixo), Jair Bolsonoro foi esfaqueado na região do tórax e levado para o hospital, onde foi submetido a uma cirurgia laparoscópica.
“Não se sabe a gravidade ainda ou o que está acontecendo”, disse o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do candidato, logo após o ataque. O portal IG diz que o candidato conservador foi atingido no fígado.
A Polícia Federal informou mais tarde que o ferimento de faca foi superficial.
No momento do ataque o candidato era carregado nos ombros por apoiantes e foi imediatamente retirado do local, sendo transportado para um hospital de Minas Gerais, segundo o Estadão. De acordo com a polícia militar, o suposto agressor se chama Adelio Obispo de Oliveira, de 40 anos, e foi detido.
De acordo com a assessoria de imprensa do deputado e militar da reserva, Bolsonaro sofreu uma lesão hepática no ataque, razão pela qual os médicos recomendaram a intervenção cirúrgica.
Seus familiares, no entanto, esclareceram que o candidato presidencial não corre risco de morte. “Jair Bolsonaro sofreu um atentado agora em Juiz de Fora, uma estocada com faca na região do abdômen. Graças a Deus, foi apenas superficial e ele passa bem”, escreveu seu filho, Flávio Bolsonaro, no Twitter.
Segundo a Folha de S. Paulo, o candidato foi encaminhado ao centro cirúrgico da Santa Casa de Juiz de Fora para verificar a gravidade do ferimento. Durante a cirurgia, os médicos constataram lesões internas.
Mais tarde, Flávio Bolsonaro confirmou que o incidente “foi mais grave” do que se pensava. “A perfuração atingiu parte do fígado, do pulmão e da alça do intestino. Perdeu muito sangue, chegou no hospital com pressão de 10/3, quase morto… Seu estado agora parece estabilizado”, escreveu o filho.
PF instaura inquérito para apurar ataque
A Polícia Federal (PF) instaurou inquérito para apurar o ataque contra Jair Bolsonaro. Em nota, a PF confirmou que o homem suspeito de ter esfaqueado o candidato foi detido por populares e seguranças e conduzido por policiais federais para a Delegacia da Polícia Federal em Juiz de Fora, onde prestou depoimento.
Antes de ser retirado do local, o suspeito chegou a apanhar de pessoas que acompanhavam o evento. Bolsonaro era carregado por populares quando foi atingido por um objeto perfurante.
Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra o momento da agressão. Bolsonaro é erguido nos ombros por um de seus apoiantes, em meio a dezenas de pessoas, quando sofre um golpe na região do abdômen. Em outra gravação, ele aparece sendo retirado do local, carregado por vários homens.
Políticos foram rápidos em condenar o ataque.
Em evento no Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer disse ser “lamentável para a democracia”. “Isso revela algo que devemos nos conscientizar. É intolerável a intolerância que tem havido na sociedade brasileira. É intolerável que falseiem dados na campanha eleitoral”, afirmou.
Adversário de Bolsonaro na corrida eleitoral, Ciro Gomes (PDT) escreveu no Twitter: “Acabo de ser informado que o deputado Jair Bolsonaro sofreu um ferimento a faca. Repudio a violência como linguagem política, solidarizo-me com meu opositor e exijo que as autoridades identifiquem e punam os responsáveis por esta barbárie.”
Fernando Haddad, candidato a vice-presidente na chapa do PT, descreveu a agressão como “absurda” e “lastimável”. “Nós, democratas, temos que garantir o processo tranquilo e pacífico e reforçar o papel das instituições”, disse o petista durante entrevista ao canal MyNews.
“A violência contra o candidato Jair Bolsonaro é inadmissível e configura um duplo atentado: contra sua integridade física e contra a democracia”, declarou a candidata à Presidência pela Rede, Marina Silva. “Este atentado deve ser investigado e punido com todo rigor. A sociedade deve refutar energicamente qualquer uso da violência como manifestação política.”
Henrique Meirelles, candidato do MDB, afirmou: “Lamento todo e qualquer tipo de violência. O Brasil precisa encontrar o equilíbrio e o caminho da paz. Temos que ter serenidade para apaziguar a divisão entre os brasileiros. Desejo o pronto restabelecimento do candidato Bolsonaro.”
“Sobre o episódio da facada no candidato Jair Bolsonaro, quero afirmar aqui que repudio todo e qualquer ato de violência. Por isso a violência nunca deve ser estimulada. Eu não estimulo”, disse, por sua vez, o candidato Alvaro Dias (Podemos).
Ciberia // EFE / Deutsche Welle / Agência Brasil