Pesquisadores descobriram um “lago” no Golfo do México que fica no fundo do mar. Praticamente todo ser vivo que entra ali morre rapidamente, e é possível ver carcaças de caranguejos nas margens deste reservatório de água tóxica.
A equipa do Nautilus, um navio que explora as redondezas do oceano, apelidou o lago submarino de “jacuzzi do desespero” devido à sua temperatura elevada e à grande concentração de sal que pode matar qualquer criatura marinha.
O pesquisador Erik Cordes, professor de biologia da Universidade Temple (EUA) e membro da equipe do Nautilus, publicou suas descobertas na revista Oceanography.
“Foi uma das coisas mais incríveis do mar profundo. Você vai até o fundo do oceano e vê um lago ou um rio fluindo. Parece que você não está nesse mundo”, diz Cordes.
A água neste lago é cerca de cinco vezes mais salgada que o restante da água da região e contém concentrações tóxicas de metano e sulfeto de hidrogênio. Assim, ela não se mistura com o restante do mar.
Ela fica contida por uma pequena barragem de minerais e moluscos, mas esta barreira é frágil e se rompe em alguns pontos. Nesses locais, é possível ver a água mais escura fluindo como uma pequena cachoeira debaixo d’água.
“É quente, mas super-salgado”, afirmou o bioquímico Scott Wankel ao Seeker, sublinhando que a temperatura de 65 graus Fahrenheit (cerca de 18 graus Celcius) atrai muitos caranguejos e outros animais das profundezas que procuram comida. Mas apenas bactérias, poliquetas e camarões conseguem sobreviver às condições deste ambiente.
Para os caranguejos esse pode ser um local terrível, mas para os cientistas é como um parque de diversões para suas pesquisas. Eles podem explorar como alguns organismos conseguem sobreviver em habitats extremos.
Os cientistas pretendem agora criar um mapa tridimensional do terrível “jacuzzi”, que fornecerá informações mais detalhadas sobre os processos físicos e biogeoquímicos existentes nesses ambientes extremos.
// HypeScience / ZAP