O comediante Bill Cosby, ícone da cultura popular dos Estados Unidos, foi declarado nesta quinta-feira culpado por três crimes de abuso sexual no caso da canadense Andrea Constand, por fatos ocorridos em 2004.
O júri, composto por sete homens e cinco mulheres, declarou por unanimidade que Cosby é culpado dos três crimes, que acarretam cada um deles uma pena máxima de 10 anos de prisão e uma multa de US$ 25.000. O juiz Steven O’Neill tem até 100 dias para anunciar a pena, que pode chegar até a 30 anos de prisão.
O julgamento, realizado em Norristown, nos arredores da Filadélfia, se centrou em Andrea Constand, que assegura que, em uma noite no início de 2004, Cosby a convidou para sua mansão de Cheltenham, na Pensilvânia, e lhe deu pastilhas que a deixaram enjoada, lhe nublaram a vista e permitiram ao artista abusar dela.
“Foi feita justiça!“, exclamou às portas do tribunal Gloria Allred, advogada da acusação, minutos depois de saber o veredito.
Os crimes pelos quais Cosby foi inculpado são penetração sem consentimento, penetração enquanto se está inconsciente e penetração após o fornecimento de um entorpecente.
A defesa de Cosby, de 80 anos, alegou no julgamento que a relação com Constand foi consentida e assegurou que o comediante usava drogas como chamariz para atrair as mulheres, mas nunca como ferramenta para incapacitá-las.
A vítima, de 45 anos, era na altura a treinadora de basquete da equipe feminina da Universidade de Temple, onde o comediante estudou e da qual era um importante doador.
Este foi o segundo julgamento que Cosby enfrentou por acusações de abuso sexual, depois que o realizado no ano passado foi declarado nulo, perante a incapacidade do júri de tomar uma decisão.
// EFE