O sangue raro de um brasileiro salvou um bebê de Medellin, na Colômbia. O doador do Ceará faz parte de um seleto grupo de famílias, de acordo com a hematologista Denise Brunetta, coordenadora do laboratório de Imuno-hematologia do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce).
No Brasil, apenas 11 famílias possuem esse tipo de sangue, conforme a Secretaria da Saúde do Ceará. “O primeiro passo foi entrar em contato com o doador e convidá-lo a realizar a boa ação. Quando liguei e contei sobre o caso, ele mostrou-se sensível à atitude solidária e já no dia seguinte esteve no Hemoce doando sangue”, diz Nágela Lima, coordenadora da captação de doadores.
O sangue doado é de um tipo raro chamado “hh” ou “fenótipo Bombaim” e a paciente é uma menina de um ano e dois meses que apresentava sangramento digestivo grave e precisava de transfusão urgente.
A bolsa de sangue de 350ml foi enviada na segunda-feira (10) e a transfusão ocorreu em Medellin nesta quarta (12).
Sangue raro
Na Índia, a prevalência desse fenótipo é de um a cada 10 mil e na Europa, um a cada um milhão. O fenótipo Bombaim não tem o antígeno H nas células vermelhas do sangue. Pessoas com esse tipo de sangue só podem receber doação de outras que tenham o mesmo tipo sanguíneo.
Também é conhecido como “falso O”, o grupo sanguíneo de Bombaim não tem nenhum antígeno ABO, nem H.
O Ceará é o primeiro estado brasileiro a realizar o envio internacional de sangue raro para doação, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).