Cientistas encontraram uma enzima no aparelho digestivo que pode conseguir converter os tipos sanguíneos A e B no tipo O, o chamado tipo de sangue universal.
É frequente vermos campanhas de sensibilização para doar sangue ou pedidos de ajuda urgentes para ajudar a salvar vidas. Agora, uma nova descoberta de cientistas da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, pode ajudar a resolver o problema.
A ideia, de acordo com as conclusões apresentadas, na última quinta-feira, em um encontro da American Chemical Society, nos EUA, é converter um tipo de sangue menos utilizado em um que qualquer pessoa pode receber.
Como explica o Science Alert, os tipos sanguíneos são diferentes devido aos açúcares na superfície das células vermelhas que o corpo cria. O tipo A tem um tipo de açúcar, o tipo B tem outro, o tipo AB tem ambos e o tipo O não possui sequer açúcares.
Se uma pessoa recebe uma transfusão de sangue de um tipo sanguíneo que não é o seu, o que acontece é que o sistema imunológico ataca e mata as células do sangue doado. Ou seja, como o tipo O não possui açúcares, qualquer pessoa pode recebê-lo – é o chamado tipo de sangue universal e, por isso, altamente necessário nos bancos de sangue.
No passado, pesquisadores descobriram que certas enzimas (moléculas que causam reações químicas) poderiam remover os açúcares das células sanguíneas A, B e AB, convertendo-as no extremamente útil tipo O.
No entanto, como explica o cientista Stephen Withers, ainda não havia sido descoberta uma enzima que fosse eficiente, segura e econômica. A procura por essa enzima os levou a um sítio: o intestino humano.
O pesquisador e o resto da equipe já sabiam que o revestimento do aparelho digestivo continha os mesmos açúcares encontrados nas células sanguíneas e que as enzimas bacterianas nas fezes humanas retiravam esses açúcares do revestimento para estimular a digestão.
Assim, os cientistas foram capazes de isolar a enzima que retira os açúcares dos tipos sanguíneos A e B, transformando-os no tipo O de forma 30 vezes mais eficiente do que qualquer enzima descoberta anteriormente.
Por enquanto, os cientistas testam e verificam novamente sua descoberta. O próximo passo será então testar a enzima em um ambiente clínico, o que ajudará a determinar se o processo de conversão produz qualquer consequência não intencional.
Como seria de se esperar, todos os testes ainda vão demorar algum tempo. No entanto, Withers está otimista de que a enzima poderá ser o avanço que precisamos para garantir que qualquer pessoa, que precise de uma doação de sangue, no futuro, possa receber uma sem qualquer problema.
Ciberia // ZAP