De acordo com os cientistas, estudar o solo da superfície lunar pode fornecer informações sobre as propriedades físicas do Sol no passado, o que nos ajudará a entender melhor as condições na Terra primitiva.
Depois de estudar o satélite, a equipe descobriu que o campo magnético da Lua pode já ter desaparecido há pelo menos 4 bilhões de anos. Depois que a Lua foi formada há cerca de 4,5 bilhões de anos, ela teria gerado um campo magnético que conseguia desviar partículas carregadas do Sol. As descobertas dos cientistas foram publicadas na revista Science Advances.
Há cerca de uma década, os astronautas da missão Apollo trouxeram rochas lunares magnetizadas que indicavam pela primeira vez que a Lua já teve um “dínamo interno”, dentro do qual rocha derretida e rica em ferro está presente no seu núcleo que deu origem a um campo magnético. No entanto, não ficou claro por quanto tempo esse fenômeno durou.
John Tarduno, geofísico da Universidade de Rochester em Nova York, é o principal autor do estudo e disse que o núcleo da Lua é extremamente pequeno. Neste novo estudo, Tarduno e seus colegas examinaram a magnetização de algumas amostras de rocha lunar coletadas durante a missão Apollo.
“Analisar o magnetismo de minúsculos fragmentos de metal presos em cristais em rochas datando de 3,9 bilhões, 3,6 bilhões, 3,3 bilhões e 3,2 bilhões de anos atrás mostrou que essas rochas mal eram magnetizadas”, afirmou o estudo.
Após rigorosa observação, a equipe sugeriu que a magnetização de peças vidro aconteceu devido ao impacto do meteorito que também formou o próprio vidro e não gerou um campo magnético por pelo menos 4 bilhões de anos.
“Mas as análises também descobriram que um pedaço de vidro lunar formado durante o impacto de um meteorito há cerca de 2 milhões de anos tinha um campo magnético forte – apenas um pouco mais fraco do que o da Terra hoje. Isso é estranho porque todos concordam que não há um campo magnético na Lua agora, e não havia um há 2 milhões de anos. Como isso acontece “, disse Tarduno.
No passado, vários estudos apontaram que o impacto de um meteorito pode produzir forte magnetização nas rochas. Em seu estudo, os cientistas também informaram que a superfície lunar foi repetidamente atingida por meteoritos ao longo do tempo.
“Isso significa que outras amostras lunares relativamente jovens e altamente magnetizadas que os pesquisadores confundiram podem ter obtido sua magnetização dessa forma”, explicou o cientista.
Ciberia // Sputnik