Um enfraquecimento gradual no campo geomagnético da Terra tem criado preocupações de que o campo poderia se inverter, revertendo o norte e sul magnéticos. Um novo estudo sugere que o campo já enfrentou um estado semelhante antes, sem ter se invertido.
Um estudo, publicado na segunda-feira nos Proceedings of the National Academy of Sciences, compara o estado do atual campo magnético, criado pela agitação do núcleo terrestre, com o campo magnético de eras passadas.
Os cientistas descobriram que os padrões de hoje não se parecem as duas perturbações mais extremas dos últimos 50 mil anos, quando o campo magnético quase se inverteu.
Em vez disso, o campo moderno parece com o campo de outros dois períodos – um há 49 mil anos e o outro há 46 mil – quando o campo oscilou, mas não se inverteu.
No entanto, os autores lembram que mesmo as oscilações podem ter ramificações. Se o campo continuar enfraquecendo, pode afetar coisas como aparelhos elétricos a bordo dos satélites terrestres de órbita baixa, mesmo sem a total inversão do norte e sul magnéticos.
O campo magnético da Terra protege a superfície terrestre de partículas espaciais, pelo que é importante, tanto para a vida na Terra, como para a rede elétrica.
As “tempestades solares” que bombardeiam a Terra com partículas carregadas com níveis acima da média podem causar problemas com comunicações de satélite e até mesmo com a grade elétrica, como aconteceu em 2003, quando as “tempestades de Halloween” forçaram aeronaves a reformular rotas e deixaram a Suécia sem energia por algumas horas.
Atualmente, o norte magnético está muito próximo do polo norte, enquanto que o sul magnético está muito próximo do polo sul. Tem sido assim durante os últimos 780 mil anos – a última vez que o campo geomagnético se inverteu completamente.
Mas o campo tem sofrido um enfraquecimento de cerca de 5% por século desde que os cientistas começaram a fazer observações diretas em 1840. Além disso, observações indiretas sugerem que o enfraquecimento ocorre há pelo menos 2 mil anos.
Uma área fraca chama Anomalia do Atlântico Sul, que se estende desde a África do Sul até o Chile, tem sido apontada como o potencial marco zero para a inversão.
Ciberia // ZAP