Mergulhadores localizaram recentemente uma caverna não explorada até agora no cenote Xlacah, do sítio arqueológico de Dzibilchaltún, com restos humanos, animais, fragmentos de materiais cerâmicos e pedaços de pedras preciosas.
Durante o trabalho de limpeza e de conservação ecológica no cenote Xlacah, do sítio arqueológico de Dzibilchaltún, no estado de Yucatán, foi identificada uma caverna lateral de pequenas dimensões onde foram encontrados restos de esqueletos humanos, grandes ossos de animais, fragmentos de materiais cerâmicos e pedaços de pedras preciosas.
No México, cenotes são conhecidos como depressões geológicas ou cavernas inundadas. Ilan Vit Suzan, diretor do sítio arqueológico, explicou que durante a limpeza do local, um grupo de mergulhadores especializados encontrou uma pequena caverna lateral onde havia pedras que possivelmente faziam parte dos edifícios pré-hispânicos.
Além dos restos de várias construções, foram encontrados vestígios de algumas panelas, tigelas e utensílios. Os ossos que estavam no lugar eram de humanos e gado. O cenote Xlacah, “onde os deuses maias se banhavam“, é completamente aberto na superfície, mede cerca de 100 metros de comprimento e está a 45 metros de profundidade.
Ao realizar várias análises eletromagnéticas e tomográficas, os pesquisadores concluíram que a caverna foi adaptada para a vida humana. Ao mesmo tempo, a pesquisa indica que neste lugar existiu um povoado, mas é difícil dizer com certeza em que época.
Um dos principais objetivos da exploração foi a extração de espécies invasoras de peixes que competem com endemismos de forma agressiva. Para isso, foi necessário remover grande parte do nenúfar que cresce no solo do cenote, já que essas espécies se escondem entre as folhas e as raízes – e foi assim que a caverna escondida foi descoberta.
Segundo o Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH), em uma das últimas sessões de limpeza, o mergulhador Erick Sosa identificou uma pequena entrada, coberta de vegetação, no lado nordeste do cenote, que dava acesso a uma pequena caverna lateral. O mergulhador Cristian Celun, em outra sessão de limpeza, entrou na caverna.
Os resultados desse par de investigações preliminares sugerem que o cenote Xlacah de Dzibilchaltún reflete diversos momentos de adaptação humana que correspondem a vários períodos históricos.
O estudo revela ainda que no período clássico Maia, entre 250 e 950 a.C., viveu uma população com cerca de 15 mil pessoas na área.