As caveiras com 2.400 anos estavam viradas em diferentes direções e os 10 esqueletos pré-astecas se espalharam até as margens de uma área que se assemelha à espiral cósmica da Via Láctea. Nunca tinha sido encontrado nada assim.
Arqueólogos mexicanos revelaram esta semana o local de enterro descoberto em Tlalpan, ao sul da Cidade do México, onde solo rico, água fresca e os animais para caça se tornaram um foco para as sociedades mesoamericanas, antes do reinado dos Astecas.
Jimena Rivera Escamilla, a arqueóloga que liderou as escavações, disse que o local parece fazer parte de uma cerimônia ritual, tendo em conta a elaborada e deliberada interligação entre esqueletos, desde recém-nascidos com um mês, a esqueletos adultos, segundo o Washington Post.
Uma das cabeças estava disposta no peito de outra, e as mãos de um dos esqueletos estavam posicionadas nas costas da outra, descreveu à Televisa News.
Um comunicado do Instituto de Antropologia e História do México explica que a descoberta pode ajudar a refinar a compreensão de antigas sociedades do período pré-clássico.
Os esqueletos pertencem a um grupo que ocupou a área por 500 anos, entre as fases de Zacatenco, de 700 a 400 a.C. – época em que foram desenvolvidas as maiores civilizações no México –, e a era Ticoman de 400 a 200 a.C.
Algumas caveiras e dentes pareciam estar intencionalmente deformados, uma prática conhecida entre as sociedades mesoamericanas que pode indicar o estatuto social, gênero ou tentativas de se assemelharem a seres divinos, concluiu uma pesquisa de 2013.
No mesmo local foram também encontrados potes de barro, conhecidos como cajetes, e tigelas de teco mate arredondadas, assim como vários tipos de pedras com cerca de 1,5 metro. A arqueóloga ainda não conseguiu determinar a causa da morte das 10 pessoas, ou se morreram juntas.
Se Escamilla conseguir determinar estes detalhes, poderá ser outra revelação sobre como as antigas sociedades viviam e morriam.
Em 2011, pesquisadores concluíram que os Xiximes, que viveram na zona montanhosa do que é hoje Durango, eram canibais depois de examinarem um sítio arqueológico que datava de 1400. Os ossos foram encontrados e pareciam ter sido cozidos e marcados com lâminas de pedra.
Ciberia // ZAP