China constrói campos de refugiados na fronteira com a Coreia do Norte

United Nations / Flickr

Xi Jinping, o presidente da China

A China, que sempre defendeu uma solução pacífica para a crise da Coreia do Norte, pode estar se preparando para um eventual conflito militar ou para a queda do regime de Kim Jong-un. Isto numa altura em que surgem versões contraditórias quanto à estratégia dos EUA para o problema.

Vários órgãos de informação internacional afirmam que a China está construindo campos para refugiados próximo à fronteira com a Coreia do Norte. O jornal britânico The Guardian cita um “documento interno” de uma empresa de telecomunicações, contratada para instalar internet nos tais campos, que menciona, pelo menos, cinco instalações.

“Devido a tensões transfronteiriças, o comitê do partido comunista e o governo do estado de Changbai propuseram a instalação de cinco campos de refugiados no país”, refere o documento que teria circulado pela internet.

Oficialmente, a China não confirmou os dados, mas também não os desmentiu.

Analistas internacionais veem as movimentações chinesas como um possível sinal de que o país está se preparando para uma guerra, ou para a queda do regime de Kim Jong-un.

“As tensões estão altas na península coreana. Está à beira da guerra”, avisa o especialista na questão norte-coreana da Universidade Renmin, em Pequim, Cheng Xiaohe, citado pelo The Guardian. “Como uma grande potência e um país vizinho, a China deve fazer planos para todas as eventualidades”, diz também Xiaohe.

Nesta semana, durante uma coletiva em Washington, o Secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, admitiu conversas adiantadas com os chineses, para a análise de “cenários conjuntos” quanto à questão norte-coreana.

Tillerson revelou também que os EUA já se comprometeram a se afastar das fronteiras entre a China e a Coreia do Norte, prometendo intervir apenas no processo das armas nucleares.

Administração Trump desmente Secretário de Estado

O Secretário de Estado dos EUA abriu igualmente a porta ao “diálogo direto” e “sem condições prévias” com a Coreia do Norte. A posição seria uma reviravolta na estratégia levada a cabo, até agora, pelos norte-americanos, mas foi já desmentida pela Casa Branca e pelo Departamento de Estado.

“A política não mudou”, destaca a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, citada pela CNN. “Continuamos abertos ao diálogo quando a Coreia do Norte estiver disposta a conduzir um diálogo credível sobre uma desnuclearização pacífica da península coreana”, diz a responsável.

A assessora de imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders, reafirmou a posição, em e-mail enviado à CNN.

As declarações são uma espécie de desautorização pública do Secretário de Estado, cuja continuidade no cargo vem sendo posta em causa. A ABC News dá conta de um suposto “plano” da Casa Branca para substituir Rex Tillerson pelo diretor do FBI, Mike Pompeo.

Enquanto decorrem estas divergências no seio da administração Trump, a China tem se desdobrado em conversas diplomáticas com a Rússia, a propósito da questão norte-coreana. Chineses e russos trocaram perspectivas quanto a “passos conjuntos”, revelou o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, citado pela Reuters.

O tema também vai estar no centro da conversa entre o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-In, e o presidente chinês, Xi Jinping. Na primeira visita oficial do presidente sul-coreano a Pequim, Jae-In falou do desejo de que comece “uma nova era” nas tensas relações entre os dois países, conforme cita o Financial Times.

Ciberia // ZAP

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