A Índia pode já ter superado a China como o país mais populoso do mundo. Entretanto, estas conclusões provocam dúvidas entre os demógrafos.
O acadêmico Yi Fuxian, pesquisador da Universidade de Wisconsin-Madison, nos EUA, disse na segunda-feira (22) em uma conferência em Pequim que nos últimos 26 anos os órgãos de estatística chineses têm sobrestimado a população em cerca de 90 milhões, nomeadamente através do aumento artificial das taxas de fertilidade.
Em uma entrevista para o jornal britânico The Guardian, o acadêmico comentou que o número real da população da China é de cerca de 1,29 bilhões de pessoas, “mas o governo anuncia que são 1,38 bilhões”.
Enquanto isso, a população da Índia é atualmente estimada em cerca de 1,32 bilhões de pessoas, o que, de acordo com Fuxian, a torna o país mais populoso do mundo.
O cientista também afirmou que suas descobertas mostraram que Pequim, que em 2015 abandonou sua famosa política de filho único para permitir que seus cidadãos tivessem dois filhos, deve remover imediatamente essas medidas de controle para suavizar o impacto da crise de envelhecimento.
Com o envelhecimento da população, aumentará a pressão sobre as pessoas que vão precisar trabalhar para sustentar o exército de chineses que estão se aposentando.
Desde que flexibilizou, no início do ano passado, a política do Filho Único em vigor há quase quatro décadas, a China quer que a população volte a crescer a passos acelerados. Mas não está nada fácil.
Por mais que os costumes ainda prevaleçam e o casamento continue sendo valorizado, homens e, sobretudo, mulheres têm optado pelas suas carreiras profissionais. Temem por sua segurança no mercado de trabalho.
Além disso, ficou caro ter filhos na China, ainda mais para quem já tinha um. Escolas e saúde não são gratuitos e podem custar muito dependendo da cidade e do tipo de instituição escolhida pelos pais.
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