Afinal, a bactéria viva encontrada na superfície da Estação Espacial Internacional é de origem terrestre e não contem nada de novo para os especialistas da NASA.
Depois de se ter noticiado que tinha sido encontrada agarrada à superfície da Estação Espacial Internacional (EEI) uma bactéria viva que poderia ter origem extraterrestre, Craig Kundrot, chefe do departamento da NASA, já veio desmentir a origem desta, confirmando que se tratava de uma bactéria de origem terrestre.
A bactéria tinha sido encontrada por astronautas russos que recolhiam lixo do revestimento exterior da Estação Espacial Internacional (EEI).
O russo Aleksandr Misurkin se apressou a apontar que este poderia ser um indício da existência de vida extraterrestre, mas a informação já se revelou falsa.
“Já há muito tempo que sabemos que as bactérias terrestres podem frequentemente viver na superfície da EEI. Podem ter ido parar lá a partir de gases emitidos pela estação, bem como a partir da atmosfera terrestre“, explicou Kundrot.
Segundo acrescentou o cientistas, os micróbios têm origem terrestre e não são “provenientes do espaço”. Com Kundrot concorda Vladimir Sychev, chefe de projetos dos satélites russos Bion-M e Bion-M2.
“Há vários anos que a TSNIIMASH e os astronautas recolhem amostras do exterior da EEI nas partes onde não chegam os raios do Sol, e é natural que sejam frequentemente descobertos micróbios lá. Por regra, eles surgem na EEI vindos da atmosfera exterior – uma parte deles se instala e sobrevive aí, o que não é surpreendente, porque o espaço sem ar é menos agressivo para alguns organismos do que a atmosfera com oxigênio”, explica o cientista.
Na presença de oxigênio, segundo Sychev, até os produtos congelados se decompõem e oxidam gradualmente. No vácuo do espaço, os espórios – células capazes de reproduzir – das bactérias podem existir durante um longo período de tempo se não forem expostos a radiação ultravioleta ou de partículas de alta energia e não forem aquecidos a temperaturas extremamente altas.
Por isso, o fato de os micróbios conseguirem sobreviver nas partes exteriores da EEI não tem nada de extraordinário.
Ciberia // Sputnik News / ZAP