Formas de vida alienígena podem existir na superfície da Estação Espacial Internacional

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A EEI – Estação Espacial Internacional

A EEI – Estação Espacial Internacional

Testes realizados na superfície da Estação Espacial Internacional (EEI) já sugeriam que micrometeoritos e poeira de cometas que recaem sobre a órbita terrestre baixa poderiam conter formas de vida alienígenas ou extraterrestres.

Agora, após pesquisas com amostras de poeira coletadas na EEI, cientistas russos informaram à agência de notícias Tass seu avanço nos estudos. De acordo com a agência espacial russa Roscosmos, há motivos para acreditar que pode haver formas de vida microbianas e de origem inteiramente extraterrestre na superfície da EEI.

“Os micrometeoritos e as poeiras dos cometas que se fixam à superfície EEI podem conter substância biogênica de origem extraterrestre em sua forma natural”, afirmou a Roscosmos em comunicado divulgado na sexta-feira (9), segundo a Tass.

Astronautas russos coletaram 19 amostras de poeira da área em questão durante expedições espaciais conduzidas desde 2010, como parte de uma série de experimentos denominados “Test”.

Experimentos laboratoriais anteriores, realizados com as amostras, trouxeram a suspeita de que o pó contido na superfície da EEI poderia conter “biomateriais” de origem extraterrestre ou alienígena.

No entanto, de acordo com informações da Newsweek, os analistas teriam que realizar testes mais exaustivos e precisos antes de poder confirmar que as suspeitas de “substâncias biogênicas” referem-se de fato a micróbios de origem extraterrestre.

Mesmo assim, os russos expressaram a convicção de que uma análise mais cuidadosa poderá trazer resultados mais definitivos, porque “os especialistas descobriram que a EEI gasta 60% do seu tempo em voos por dentro dos fluxos de substâncias dos cometas”, informou a Tass.

Como prioridade, os pesquisadores teriam que determinar, conclusivamente, se as supostas “substâncias biogênicas” são de origem alienígena ou nativas da própria Terra.

Estudos anteriores

No início de 2014, cientistas da Rocosmos anunciaram a descoberta de vestígios de formas de vida simples, como plânctons microbianos, algas e “DNA bacteriano” em amostras de poeira coletadas na superfície da EEI.

Vladimir Soloyev, líder da missão orbital russa na EEI, confirmou, na época, que cientistas haviam encontrado formas microbianas vivas, incluindo o plâncton, em material coletado na superfície externa das janelas da EEI.

Os resultados da experiência são absolutamente singulares. Encontramos vestígios de plâncton marinho e de partículas microscópicas na superfície do iluminador. Isso deve ser estudado mais a fundo”, disse Soloyev à Tass, segundo informações da Newsweek.

Na ocasião, a equipe de pesquisadores russos informou que os plânctons não poderiam ser levados ao espaço pela própria nave espacial porque não faziam parte da vegetação típica de Baikonur, no Cazaquistão, de onde os russos lançaram seu módulo rumo à EEI.

Porém, os russos sugeriram que os plânctons poderiam ter “se erguido” rumo ao laboratório em órbita a partir de outras regiões da Terra, através de correntes de ar de altitudes mais elevadas.

Embora os pesquisadores russos tenham pensado que o organismo não se tratava de micróbios alienígenas, eles constataram que a descoberta forneceu evidências de que formas de vida microbianas poderiam sobreviver no vácuo espacial, mesmo sob temperaturas abaixo de zero e com o bombardeio constante de radiação cósmica.

De acordo com os cientistas da Roscosmos, a descoberta sugere que micrometeoritos e poeiras estelares poderiam conter micróbios alienígenas, ou seja, formas de vida microscópica que se desenvolveram integralmente no espaço ou que se originaram em outro planeta.

Polêmicas e divergências

As pistas estimularam os russos a focar o interesse na busca por micróbios alienígenas em amostras de poeira coletadas na superfície da EEI.

O porta-voz da Nasa, Dan Duot, confirmou na época que os russos não estavam, originalmente, procurando por micróbios alienígenas quando começaram a coletar amostras na superfície externa das janelas do segmento russo da EEI.

“O que eles procuravam de fato eram resíduos que podem se acumular em elementos visualmente delicados, como janelas, assim como no casco da nave em si que irá se acumular sempre que forem feitos disparos de fogo para garantir a impulsão. Foi com esse objetivo que eles coletavam amostras”, disse Huot à Space.com.

Ao mesmo tempo, Huot e outros funcionários da Nasa expressaram seu ceticismo sobre a afirmação dos russos, quando estes indicaram a descoberta de microorganismos vivos na EEI.

“Até onde sabemos, não ouvimos falar de nenhum relatório oficial dos nossos colegas da Roscosmos informando que encontraram plânctons marinhos”, disse Huot em resposta a uma entrevista da Space.com.

No entanto, o Centro Aeroespacial Alemão (DLR) confirmou, mais tarde, estar ciente de que os pesquisadores russos encontraram o “DNA bacteriano” na superfície da EEI. Mas também informou que não poderia confirmar os detalhes da afirmação, nem se responsabilizar pela metodologia adotada no estudo.

“O método por meio do qual as amostras foram analisadas, nesse caso, é questionável, pois não pode detectar todos os tipos de bactéria nem testar se elas estão vivas e se reproduzindo, ou não”, disse a porta-voz do DLR, Alisa Wilken.

Sequência das pesquisas

Embora a Roscosmos não tenha contestado a declaração do DLR, fica evidente a partir da última série de testes que os especialistas russos haviam suspeitado da existência de organismos alienígenas microscópicos ou “DNA” extraterrestre nas amostra de poeira.

Os testes atuais estão, portanto, projetados para confirmar ou refutar suspeitas de que o material coletado contém vida extraterrestre.

Enquanto isso, o astrobiólogo britânico e professor Chandra Wickramasinghe, da Universidade de Buckingham, saudou o estudo russo como, potencialmente, o “desenvolvimento mais significativo do século”, que poderia revolucionar a nossa compreensão sobre a vida na Terra e no espaço.

“Estamos mais perto do que nunca de reconhecer que as formas de vida extraterrestre de fato existem. É uma evolução impressionante. Durante anos, as pessoas tentaram desmascarar teorias sobre a vida em outros planetas, mas muito em breve isso simplesmente não será mais possível”, disse, conforme informações da Express.

O professor Milton Wainwright, da Universidade de Sheffield e do Centro de Astrobiologia da Universidade de Buckingham, afirmou em uma série de estudos preliminares que havia encontrado partículas semelhantes a algas, de origem extraterrestre, na estratosfera da Terra. Ele também parabenizou as pesquisas russas.

“Estes relatórios em que os cientistas afirmam ter encontrado vida em poeira cósmica é surpreendente”, afirmou. “Formulados a partir de estudos da agência espacial russa, a Roscosmos, são capazes de dar um impulso real ao que dizemos há muitos anos: existe vida fora da Terra”, concluiu.

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