Foram encontradas bactérias vivas na superfície da Estação Espacial Internacional (EEI) que podem ter origem extraterrestre. Os microrganismos estão sendo estudados na Terra.
Segundo o astronauta russo Anton Shkaplerov, que irá realizar sua terceira viagem à EEI em dezembro como membro da tripulação da Expedição 54, cientistas russos encontraram bactérias vivas durante a recolha de amostras na superfície da estação.
À agência TASS, o astronauta disse que a equipe recolheu a bactéria do exterior da EEI com a ajuda de cotonetes, mas garantiu que não estavam presentes durante o lançamento do módulo da EEI. “As bactérias vieram do espaço e permaneceram na superfície externa da EEI”, afirma Shkaplerov.
No entanto, os cientistas ainda não sabem de onde vieram as bactérias. O astronauta revelou também que alguns microrganismos provenientes da Terra são capazes de sobreviver no vácuo e com diferenças de temperatura de -150ºC a 150ºC.
As bactérias conseguem suportar condições extremas, como as que se encontram no espaço, e é possível que estes microrganismos possam ter vindo da atmosfera da Terra. A possibilidade de terem origem em outro local e terem “viajado” através de poeira espacial não é descartada.
Ainda assim, mesmo que se prove que as bactérias não são seres alienígenas, esta não deixa de ser uma descoberta peculiar, já que os micro-organismos estavam alojados a uma distância de 400 quilômetros acima da Terra.
Acredita-se que as bactérias tenham sido levadas acidentalmente para a estação espacial, em tablets ou outros materiais, colocados a bordo da EEI durante longos períodos para estudar o comportamento dos materiais no espaço.
As bactérias são estudadas na Terra, mas, ao que tudo indica, estes micro-organismos não representam perigo.
Não é a primeira vez que evidências de formas de vida supostamente extraterrestre encontradas na superfície da Estação Espacial Internacional são objeto de controvérsia.
No início de 2014, cientistas da Roscosmos anunciaram a descoberta de vestígios de formas de vida simples, como plâncton microbiano, algas e “DNA bacteriano” em amostras de poeira recolhidas na superfície externa das janelas da Estação Espacial Internacional.
“Os resultados da experiência são únicos. Encontramos vestígios de plâncton marinho e de partículas microscópicas na superfície da estação espacial, e isso deve ser estudado”, afirmou Vladimir Soloyev, líder da missão orbital russa na EEI.
Na época, a equipe de cientistas russos disse que o plâncton não poderia ter sido levado pela própria nave espacial porque não fazia parte da vegetação típica de Baikonur, no Cazaquistão, de onde os russos lançaram seu módulo rumo à EEI.
No entanto, também sugeriram que o plâncton poderia ter se “erguido” rumo ao laboratório em órbita a partir de outras regiões da Terra, através de correntes de ar de altitudes mais elevadas.
Apesar de os cientistas terem pensado que o organismo não se tratava de micróbios extraterrestres, constataram que as formas de vida microbianas poderiam sobreviver no vácuo espacial, sob temperaturas abaixo de zero e com a constante radiação cósmica.
“Estamos mais perto do que nunca de reconhecer que as formas de vida extraterrestre existem. É uma evolução impressionante. Durante anos, as pessoas tentaram desmascarar teorias sobre a vida em outros planetas, mas em breve isso já não será possível”, afirmou o astrobiólogo britânico, Chandra Wickramasinghe, da Universidade de Buckingham.
Ciberia // ZAP