Há 1,9 bilhão de anos, uma forma de vida dez vezes menor que uma célula humana não dividia o planeta Terra com nenhum outro animal que não bactérias e microrganismos.
Pois agora cientistas brasileiros utilizaram uma espécie de máquina de ráio-x superpotente para conseguiram pela primeira vez observar de perto uma dessas bactérias fossilizadas – e reconstruir em 3D esse microrganismo que habitava a Terra nos primórdios da vida no planeta como uma das mais antigas formas de vida terrestres.
Para observar em detalhes esse micro registro da vida há quase 2 bilhões de anos, os pesquisadores Lara Maldanis e Douglas Galante, do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) , em Campinas, trabalhando em parceria com cientistas suíços e franceses utilizaram o Sirius, um laboratório de luz síncotron de 4ª geração, que justamente funciona como uma espécie de “super raio-x” capaz de analisar materiais em escala molecular e atômica.
Para tal observação, os cientistas aceleram os elétrons até quase a velocidade da luz, percorrendo o túnel de 500 metros 600 mil vezes por segundo.
Os microfósseis observados no experimento foram encontrados em uma formação rochosa chamada Gunflint, localizada na Mink Mountain, no Canadá. A pesquisa revelou que fósseis que anteriormente eram considerados como revertidos do minério hematita eram na verdade compostos por materiais orgânicos.
A descoberta oferece nova perspectiva para a análise de formas de vidas passadas e até mesmo para a análise de materiais vindos de outros planetas, como Marte. Além disso, o Sirius, em processo de instalação dentro do CNPEM, poderá ser utilizado em pesquisas para o combate ao novo coronavírus.
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