O Vulcão Etna, na parte oriental da Sicília, escorrega lentamente para o mar. Um novo estudo mostra agora que há um risco muito maior do que o previsto anteriormente de um colapso originar um tsunami devastador para a Europa.
Após ter sido comprovado que o Etna desliza para o Mediterrâneo, um novo estudo explica agora o motivo pelo qual o monte se desloca cerca de três a cinco centímetros por ano. O estudo foi publicado no dia 10 de outubro na revista Science Advances.
Nos primeiros estudos, os cientistas apontavam como causa para o deslocamento a acumulação de pressão proveniente do magma interno do vulcão.
Contudo, uma equipe de pesquisa liderada por Morelia Urlaub, do Centro de Pesquisa do Oceano GEOMAR Helmholt, estudou os movimentos do fundo do mar durante um período em que a derrapagem do vulcão acelerou.
Entre os dias 12 e 20 de maio de 2017, os pesquisadores registraram, em pouco mais de uma semana, locais que se distanciaram cerca de 3,9 centímetros um do outro. O valor foi observado longe da câmara de magma, onde os efeitos de pressão seriam mais significativos, de acordo com a primeira teoria divulgada pelos especialistas.
Além disso, os pesquisadores não registraram a existência de qualquer aumento de magma, o que fez cair por terra a teoria de que o deslocamento seria causado pela acumulação de pressão do magma.
Retirada essa hipótese de cima da mesa, Urlaub e sua equipe acreditam que a explicação para o fenômeno se prende com a atração gravitacional da margem continental, que afundou no mar e puxa partes da montanha atrás dela.
O artigo descreve o deslizamento gravitacional como “o processo vetor” que causa colapsos, estimulando mudanças no magma que induziram erupções subsequentes.
O resultado que mais se destaca no trabalho é a percepção de que um colapso do flanco submarino do Etna é muito mais provável do que se pensava anteriormente, isto porque as causas do deslizamento se alteraram.
Segundo os cientistas, o deslizamento gravitacional continuará e pode se tornar mais repentino e mais forte, sendo capaz de criar um tsunami devastador.
O Etna é o maior vulcão ativo da Europa e um dos vulcões mais ativos do mundo. É também a mais alta montanha da Itália. A extensão total da sua base é de 1.190 km², com uma circunferência de 140 km, o que o torna quase três vezes maior que o Vesúvio.
Ciberia // ZAP
