A Índia se tornou na segunda-feira (7) o segundo país do mundo depois dos Estados Unidos com o maior número de casos de Covid-19, ultrapassando o Brasil.
Isso não impediu que o país reabrisse, com estritas precauções de saúde, o metrô parado por quase seis meses em suas principais cidades, inclusive na capital Nova Délhi, onde passageiros mascarados fazem o V da vitória diante dos jornalistas. “Temos que sair de nossas casas, para viver nossas vidas”, disse um deles, Deepak Kumar.
Segundo país mais populoso do planeta, com 1,3 bilhão de habitantes, a Índia é duramente atingida pela pandemia, que matou mais de 880.000 pessoas em todo o mundo desde o final de dezembro, de acordo com uma contagem estabelecida pela AFP a partir de dados oficiais.
Na segunda-feira, a Índia somou 4,2 milhões de infecções desde o início da crise, enquanto o Brasil totalizou 4,12 milhões e os Estados Unidos, 6,25 milhões. No caso de óbitos, a Índia alcança 71.642 mortos, atrás dos Estados Unidos (188.540) e do Brasil (126.203) – os três países mais enlutados no mundo pelo vírus.
Mas muitos especialistas acreditam que os números reais são maiores na Índia, argumentando que os testes são insuficientes e que as mortes pela doença não são sempre registradas.
Recordes diários
Desde agosto, a Índia bate recordes mundiais diários de aumento de casos e ultrapassou a marca de quatro milhões no sábado (5), apenas treze dias depois de atingir três milhões.
Para o virologista Shahid Jameel, da Wellcome Trust / DBT India Alliance, esse índice é “bastante alarmante“. “Nas últimas duas semanas, a média aumentou de cerca de 65.000 para 83.000 casos por dia, um aumento de cerca de 27% em duas semanas e 2% por dia”, disse ele à AFP.
Os exames – atualmente feitos em mais de dez milhões de pessoas por dia em média – vão se acelerar depois da recomendação na sexta-feira (4) dos cientistas que aconselham o governo a autorizá-los com uma simples receita de um médico. “Isso revelará mais pessoas assintomáticas, a verdadeira fonte dessa expansão na Índia”, disse Jameel, para quem dois terços dos casos vêm de áreas rurais e aldeias.
// RFI