Há evidências crescentes de que umas bolhas podem ser fragmentos remanescentes de um protoplaneta antigo chamado Theia que caiu na Terra cerca de 4,5 bilhões de anos atrás
Há duas gigantescas bolhas de material denso nas profundezas inferiores do manto da Terra sob a África Ocidental e o Oceano Pacífico. Com milhares de quilômetros de largura, as bolhas têm sido um dos segredos mais bem guardados do planeta e deixa os cientistas perplexos há décadas.
Agora, há evidências crescentes de que as bolhas podem ser fragmentos remanescentes de um protoplaneta antigo chamado Theia que caiu na Terra cerca de 4,5 bilhões de anos atrás, informa a Revista Science. Os cientistas suspeitavam anteriormente que havia uma ligação entre as bolhas, formalmente conhecidas como LLSVPs, e a Lua, mas a maioria achava que os LLSVPs eram cicatrizes planetárias do impacto de Theia, não pedaços do próprio planeta alienígena.
Para ser justo, esta não é a primeira vez que os cientistas especulam que as bolhas subterrâneas eram fragmentos remanescentes de Theia, relata a Science. Mas Qian Yuan, estudante de pós-graduação da Universidade Estadual do Arizona que apresentou a ideia na Conferência de Ciência Lunar e Planetária da semana passada, parece ter proposto a hipótese mais convincente até agora.
“Acho que é completamente viável até alguém me dizer que não é”, disse à Science o sismólogo Edward Garnero, que não trabalhou no estudo.
A evidência no trabalho de Yuan é que os LLSVPs são quimicamente diferentes do resto da rocha do manto que os cerca. Isso sugere que as bolhas têm origens extraterrestres e também porque tem seis vezes a massa da lua, por isso seria capaz de arrancá-la da Terra.
Embora a pesquisa permaneça um pouco especulativa, sismólogos encorajados por estudos como o de Yuan estão cada vez mais convencidos de que outros pedaços de estilhaços de outro planeta também poderiam estar escondidos sob a superfície da Terra, de acordo com a Science. Descobri-los, eles suspeitam, poderia ajudar a revelar que o passado antigo da Terra era muito mais violento do que o que conhecemos até agora.
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