A ex-presidente Dilma Rousseff disse, nesta quarta-feira (15), no parlamento da União Europeia (UE), em Estrasburgo (França), que em 2018, com as eleições para presidente, a sociedade brasileira terá a oportunidade de “interromper o golpe em curso no país”.
Dilma disse que para as elites, as eleições do próximo ano podem representar a terceira etapa do “golpe”, para prosseguir a agenda de reformas neoliberais. “Não há como aprovar mais medidas antipopulares, como a reforma de Previdência e a venda da Petrobras, elas não passam”, destacou.
Dilma discursou durante 18 minutos, e além de dizer sobre a importância do voto popular para o país “retomar a democracia”, destacou que a esquerda não tem um plano B, que seu único plano é disputar as eleições com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante sua fala, Dilma comparou o golpe civil-militar de 1964 com o “atual golpe institucional, parlamentar e midiático”. Segundo ela, enquanto o golpe de 64 lançava mão da força da repressão, o “golpe atual mata de fome e leva à miséria”.
A ex-presidente disse que o pedido de impeachment, apresentado em março de 2015, surgiu para desestabilizar seu governo e colocar no Planalto uma pessoa que não teve votos.
“A segunda etapa do golpe (depois do impeachment) é executar o programa neoliberal, que muda as relações de trabalho”, afirmou, referindo-se ao decreto do governo Temer sobre o trabalho análogo à escravidão, fortemente criticado em vários setores da sociedade.
Dilma citou também a venda de terras a estrangeiros, que também consta da agenda de Temer, e o fim de licitação em venda de patrimônio público. “Esse programa não tem mandato popular. A eleição [de 2014] foi tensa porque havia dois projetos a serem discutidos”, afirmou.
Ciberia // Brasil de Fato