O Estado Islâmico já reivindicou o duplo atentado suicida no centro de Cabul, capital do Afeganistão, no qual morreram pelo menos 25 pessoas, entre as quais 11 crianças e 6 jornalistas que cobriam os conflitos no Oriente Médio. Outras 49 ficaram feridas.
Em comunicado oficial, difundido pelo Estado Islâmico no Telegram, os terroristas suicidas são identificados como Qaqaa al Kurdi e Jalil al Qurashi.
O ataque, de acordo com a declaração, cuja autenticidade não pôde ser confirmada, ocorreu na sede dos serviços de inteligência afegãos, conhecida como “Presidência 90”.
Entre os mortos do duplo atentado estão vários jornalistas, entre eles um fotógrafo da Agência France Presse (AFP) e três outros jornalistas, que tinham ido fazer reportagem no local logo após o primeiro ataque. Até o momento, seis profissionais da mídia tiveram suas mortes confirmadas.
Um jornalista da AFP contou 14 corpos no hospital Wazir Akbar Khan, mas outras vítimas foram enviadas para o hospital da organização não-governamental italiana Emergency.
Shah Marai, fotógrafo-chefe do escritório da AFP em Cabul, que estava no local da primeira explosão, foi morto no segundo ataque, que ocorreu cerca de 30 minutos depois. O jornalista trabalhava para a AFP desde 1996 e participou na cobertura da invasão dos EUA, em 2001.
Três outros jornalistas presentes foram atingidos pela explosão, todos eles em serviço para televisões afegãs, incluindo um para o canal Tolo News, que já sofreu um ataque em 2016 que causou sete mortes e que foi reivindicado pelos talibãs.
De acordo com uma fonte das forças de segurança, o ‘kamikaze’ que atacou a imprensa tinha se escondido entre os repórteres, transportando uma câmera. “O suicida explodiu entre os jornalistas“, disse o porta-voz da polícia de Cabul, Hashmat Stanikzai.
O quartel-general do NDS havia sido alvo de um ataque suicida em março, quando um homem-bomba atravessou a barreira policial e se fez explodir na entrada do edifício, matando três pessoas e ferindo outras cinco.
Cabul se tornou, segundo a ONU, o local mais perigoso no Afeganistão para os civis, com o aumento dos ataques, geralmente perpetrados por homens-bomba e reivindicados pelos talibãs ou pelo Estado Islâmico.
Ciberia // ZAP