Um exemplo da importância do conhecimento científico e do acompanhamento médico foi revelada através do caso de um homem internado recentemente na emergência de um hospital no estado de Nebraska, nos EUA.
Diagnosticado com Transtorno Bipolar e Depressão, para tentar por conta própria reduzir o uso de medicamentos pesados o homem de 30 anos que não teve a identidade revelada decidiu experimentar substituir os remédios pela psilocibina, uma substância alteradora de consciência presente em cogumelos alucinógenos, e que pode potencialmente servir como substituto para os tarjas preta convencionais em tais casos clínicos.
Ao invés, porém, de procurar um especialista o paciente decidiu conduzir ele próprio o tratamento – e acabou se envenenando severamente.
O caso foi reportado recentemente na publicação científica Journal of the Academy of Consultation-Liaison Psychiatry, depois que o homem foi levado ao hospital pela família, apresentando um quadro de confusão mental, cansaço, diarreia e icterícia, chegando até mesmo a vomitar sangue.
Foi quando os médicos descobriram que o paciente em questão, para substituir os medicamentos pela psilocibina, havia fervido um punhado dos chamados “cogumelos mágicos” em água, depois coado o líquido em um filtro de algodão, e injetado esse “chá” em sua corrente sanguínea.
O processo já se encontrava em estado avançado quando de sua chegada ao hospital – com o paciente apresentando problemas nos rins, no fígado, e iniciando um quadro de falência múltipla dos órgãos.
Um exame de sangue confirmou a gravidade da situação: a aplicação não só o havia intoxicado, como os cogumelos começavam a crescer em seu sangue, provocando os problemas em sua saúde. Imediatamente o paciente teve de ser entubado e posto sob ventilação artificial, para iniciar um processo de filtragem e limpeza de seu sangue.
Estudos de fato indicam que a psilocibina pode ser um substituto eficaz para quadros de depressão e outros problemas psiquiátricos, principalmente quando os medicamentos tradicionais não apresentam o efeito desejado – e o mesmo pode valer para quadros de ansiedade e depressão em situações, por exemplo, de diagnósticos graves.
Tal substituição, é claro, deve sempre ser feita sob indicação médica e com o devido acompanhamento, jamais sendo feita de forma caseira e improvisada, e nunca aplicando a química na veia – a psilocibina é consumida em pequenas quantidades, em pó ou em cápsula.
O caso retratado durou ainda 22 dias de internação e um longo tratamento contra o fungo, e felizmente o paciente sobreviveu.
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