Depois do escândalo em torno do produtor Harvey Weinstein, mulheres de todo o mundo ganharam coragem de denunciar assédios sexuais, estupros e agressões.
Mais de 100 mulheres, entre as quais várias atrizes de Hollywood, acusaram Harvey, um dos produtores mais conhecidos de Hollywood, de assédio ou abuso sexual, durante os últimos 40 anos.
Desde as acusações, os projetos da empresa The Weinstein Company – a produtora de Harvey – estão estagnados. Muitas das pessoas e empresas que trabalham ou trabalhavam regularmente com o produtor, passaram a evitar a empresa, que ao que tudo indica já se encontra em dificuldades financeiras.
Entretanto, há agora dois grupos de investidores liderados por mulheres interessados na aquisição da The Weinstein Company.
À frente do primeiro grupo está a produtora independente novaiorquina Killer Content, que se juntou a Abigail Disney, realizadora e neta do fundador da Walt Disney Company, e à New York Women’s Foundation, para avançar com uma proposta de aquisição da empresa de Weinstein.
Apesar de estar próximo da falência, a The Weinstein Company detém um catálogo com mais de 100 filmes e séries de televisão bem sucedidos. E este grupo de investidoras quer adquirir os ativos de cinema e televisão e doar parte dos lucros a organizações que apoiam mulheres vítimas de abusos sexuais.
Segundo a RFI, a segunda oferta será apresentada por Maria Contreras-Sweet, gestora do Gabinete de Pequenas Empresas durante a administração de Barack Obama.
Segundo a Deadline, em carta dirigida ao conselho da TWC, Contreras-Sweet afirma que reuniu “um grupo de sócios financiadores, assessores e consultores de primeiro nível”, que podem oferecer 275 milhões de dólares pela empresa.
Contreras-Sweet afirma ainda ser essencial que seja um grupo liderado por mulheres a assumir a liderança da The Weinstein Company.
Mil artistas norueguesas denunciam assédio sexual
Mil artistas norueguesas denunciaram violações, agressões e assédio sexual, em um manifesto publicado nesta quinta-feira (23) na imprensa local. A Noruega é considerado o segundo país mais igualitário do mundo.
“A vergonha e o sentimento de culpa devem voltar ao seu lugar: aos que assediam e aos que os protegem”, afirmaram 295 cantoras norueguesas em artigo publicado no Aftenposte. Em outro artigo, mais de 700 artistas declararam não existir “nenhum motivo para pensar que o mundo da música é melhor na Noruega”.
Segundo o relatório do Fórum Econômico Mundial (WEF), a Noruega ficou em segundo lugar entre os países que mais respeitam a igualdade de gênero. O relatório analisou as desigualdades salariais e o espaço dado às mulheres na política e na economia.
De acordo com a AFP, o Aftenposte publicou também um conjunto de testemunhos, todos eles anônimos, de artistas que foram vítimas de violência, pressões e humilhações de caráter sexual.
“Em Oslo, sofri uma agressão por parte de um conhecido, mas, como muitas mulheres, pensei que era algo frequente e que não valia a pena denunciá-lo“, afirma uma artista.
“Durante toda a minha carreira, recebi comentários sobre a minha aparência e a minha sexualidade”, diz uma cantora. “Recebi um grande número de mensagens de colegas sobre a minha aparência física, mas nunca recebi mensagens sobre meu trabalho“.
Ciberia // ZAP