Durante as etapas iniciais da campanha eleitoral nos EUA, a equipe da ex-candidata democrata Hillary Clinton tentou ajudar o republicano Donald Trump, acreditando que ele era um candidato fraco, diz um dos documentos da sede democrata publicado nesta terça-feira (24) pelo WikiLeaks.
O documento publicado pelo WikiLeaks e dirigido aos membros do Comitê Nacional do Partido Democrata dos EUA, incluindo o chefe da campanha de Clinton, John Podesta, é datado de 7 de abril de 2015 e descreve em traços largos as iniciativas para a estratégia eleitoral em relação aos candidatos do Partido Republicano.
A mensagem principal consistia em “fazer com que qualquer candidato republicano fosse desagradável para a maioria do eleitorado”.
Para isso, planejava-se “fazer com que todos os candidatos republicanos se atolassem em ideias extremamente conservadoras”, o que lhes prejudicaria nas eleições gerais, “minar a confiança” para que eles não pudessem atacar os democratas e “bagunçar” a situação no caso de possíveis ataques contra Hillary Clinton.
Para pôr tal plano na prática, a campanha de Clinton previa realizar a chamada estratégia dos “candidatos-rateiros” republicanos, que se pretendia usar neste sofisticado jogo político.
Nos EUA, os políticos populistas recebem a alcunha de “rateiros”, sendo que eles, apesar da capacidade de convencer, levam os eleitores a uma catástrofe.
Em 2015, a equipe de Clinton inscrevia o bilionário e apresentador de TV Donald Trump, o senador conservador Ted Cruz e o ex-neurocirurgião afro-americano Ben Carson (todos participaram das primárias republicanas) na lista de “rateiros”.
Naquela época, os responsáveis pela campanha democrata estavam muito mais preocupados com os políticos mais tradicionais, como Jeb Bush e Marco Rubio, dado que uma parte significativa das recomendações vazadas era dedicada aos métodos para solapar confiança popular nestes políticos.
“Temos que celebrar os candidatos-rateiros para que estes virem líderes neste grupo dos candidatos republicanos e dizer à imprensa para que os veja com toda a seriedade”, diz-se no documento.
Os respectivos métodos de “celebrar” tais candidatos não são especificados na carta.
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