Depois de três invasões ao Espaço de Desenvolvimento Infantil Noronha Santos, em Ricardo de Albuquerque, no Rio de Janeiro – com dois furtos e um caso de vandalismo – a direção da escola, junta da equipe pedagógica, decidiu lutar contra a violência no sentido oposto ao que tradicionalmente se usa.
Ao invés de qualquer solução exclusivamente policial ou de uma resposta também violenta, a escola escolheu pelo afeto e a família como caminho, e convidou os pais dos alunos a ajudarem a cuidar do espaço e ocuparem o local.
Primeiro, a equipe se juntou aos pais para recuperarem um muro. Com galões de tinta doados, o mutirão refez o muro – com ajuda também das crianças, que imprimiram as palmas de suas mãos nas paredes.
Em breve eles pretendem construir uma horta, e seguirem juntos na preservação e reinvenção de um local tão importante para a comunidade quanto a escola.
Em diversas escolas de São Paulo a decisão de abrir os espaços para a participação da comunidade se mostrou eficiente na manutenção do local e também no combate à violência.
Mesmo que o estado fosse de forma geral eficaz nos cuidados com tais locais, ainda assim a participação das pessoas diretamente seria fundamental – com o estado ausente como absurdamente é o caso, tal participação se torna potencialmente um primeiro passo para separar o caos daquilo que pode vir a ser um futuro melhor.
// Hypeness