São nove horas de aula por dia que passam voando porque todo mundo gosta. “Se a gente dissesse para alguém que ia ficar esse tempo todo na escola, iam chamar a gente de louca. Mas a verdade é que é maravilhoso”, diz Ingrid Brenda Santos Sá, de 16 anos , estudante do Centro de Ensino Dorilene Silva Castro, em Coroadinho, bairro de São Luis, no Maranhão.
E a escola, em tempo integral, é pública! Os Centros de Educação Integral Educa Mais começaram a funcionar este ano na rede estadual de ensino e são parte da política de educação integral que vem sendo implantada pelo governo do estado nos últimos anos. É a primeira vez que a rede pública estadual tem escolas desse tipo.
O modelo da “Escola da Escolha” coloca o jovem no centro da experiência escolar. Alia boa formação acadêmica, valores e competências exigidas pelo século 21.
“É uma inovação metodológica. Nessas escolas, os jovens exercitam essas competências diariamente. O objetivo é que estas ações se revertam em melhor aprendizado”, explica a gestora da Educação Integral na Secretaria Estadual de Educação (Seduc), Fernanda Passos, à Agência de Notícias do Maranhão.
Na prática, isso significa um horário de aulas que inclui Português, Matemática, História e Geografia, mas que também pode abranger Cordel, Cultura Oriental, Horticultura e História do Rock, por exemplo – a depender das escolhas feitas pelos alunos.
Em cada escola, tanto os professores quanto os estudantes sugerem temas, que são reunidos e apresentados para toda a turma em um evento chamado “Feirão das Eletivas”. Os assuntos mais votados pelos estudantes viram assuntos do semestre.
A escola tem internet Wi-Fi, liberado para o uso dos alunos, e cada um tem seu próprio armário para guardar livros e pertences pessoais.
No banheiro, as meninas retocam a maquiagem no espelho de corpo inteiro – colocado pela gestão escolar como recompensa pelo estado de limpeza e conservação do local. “Pode entrar, que está tudo limpinho. Não tem papel no chão, não tem mancha de batom”, garante uma estudante.
Para funcionar em tempo integral, a unidade ganhou piso novo, uma cozinha maior, climatização e laboratórios de Exatas e de Ciências Biológicas – apelidados carinhosamente de “Secos e Molhados” pelos estudantes e professores.
O currículo escolar enfatiza Língua Portuguesa e Matemática – uma exigência desse modelo pedagógico –, mas inclui também as disciplinas alternativas e eleitas democraticamente. E, duas vezes por semana, os estudantes têm aulas de disciplinas como Hortoquímica, Cordel e Projeto de Casas Populares, entre outras.
Solange de Oliveira Carvalho, de 16 anos, gosta das aulas de Projeto de Vida. É onde os alunos descobrem suas próprias aptidões e traçam estratégias para alcançar objetivos e realizar sonhos.
“Trabalhamos muitos temas essenciais para a vida do adolescente. Na aula, tem a hora de falar e a hora de escutar, e os professores ajudam a gente a descobrir em que nos destacamos e o que a gente gosta mesmo de fazer”, conta a estudante.
Educa Mais
O Educa Mais é inspirado no modelo educacional pernambucano, atualmente exportado para mais de uma dezena de estados brasileiros. Para concretizar a iniciativa, o Governo do Maranhão firmou convênio com o Instituto de Corresponsabilidade pela Educação (ICE), o Instituto Natura e o Instituto Sonho Grande.
A parceria foi feita sem custo algum para o Governo do Maranhão.
No total, são 11 unidades de ensino integradas a essa modalidade em todo o Estado – o que representa cerca de 4 mil estudantes. Para o ano letivo de 2018, a intenção é expandir o modelo para outras 25 escolas, chegando à marca de 10 mil matrículas.
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