Para entender os padrões que deram forma às galáxias, é necessário estudar as estrelas. Ao estudá-las, astrônomos e cientistas conseguem analisar suas massas, nascimentos e mortes para compreender melhor a história do Universo.
O Observatório Europeu do Sul (ESO) acaba de anunciar que um grupo de astrônomos descobriu que tanto as galáxias do universo primordial como uma galáxia próxima contêm uma proporção de estrelas massivas muito maior do que as encontradas em galáxias até então.
“Encontramos cerca de 30% mais estrelas com massas maiores que 30 vezes a massa do Sol. Encontramos também 70% mais de estrelas com mais de 60 massas solares”, explicou Fabian Schneider, da Universidade de Oxford, na Inglaterra.
“Nossos resultados desafiam a ideia anterior, que previa um limite de 150 massas solares para a maior massa de nascimento de estrelas e as conclusões até sugerem que estrelas podem ter massas iniciais de 300 massas solares!”.
As descobertas, realizadas por dois grupos de astrônomos independentes, foram publicadas em dois artigos científicos nas revistas Science em janeiro e na Nature em junho, e podem mudar completamente as ideias atuais sobre a forma como as galáxias evoluíram.
Uma das equipes de pesquisa foi liderada por Schneider, que usou o Very Large Telescope (VLT), do ESO, para observar quase mil estrelas em 30 Doradus, conhecida como a Nebulosa de Tarântula – região formadora de estrelas na Grande Nuvem de Magalhães, uma pequena galáxia satélite da Via Láctea
A outra equipe, liderada pelo astrônomo Zhi-Yu Zhang da Universidade de Edimburgo, recorreu ao Atacama Large Millimeter/Submillimeter Array (ALMA), para investigar a proporção de estrelas massivas em quatro galáxias distintas e cheias de poeira.
“As descobertas nos levam a questionar nossa compreensão da história cósmica”, concluiu Rob Ivison, astrônomo da Universidade de Edimburgo.
Ciberia // HypeScience / ZAP