Um conselheiro da Casa Branca diz que Pyongyang foi “diretamente responsável” pelo ataque cibernético WannaCry que, em maio, afetou mais de 300 mil computadores em 150 países.
O conselheiro, Tom Bossert, escreveu no Wall Street Journal que “é oficial: a Coreia do Norte está por trás do WannaCry”.
Depois de uma “cuidadosa investigação”, os EUA acreditam estar em posição de afirmar publicamente que o massivo ciberataque WannaCry foi perpetrado pelo regime de Pyongyang.
O ataque se espalhou indiscriminadamente pelo mundo em maio e encriptou e tornou inutilizáveis centenas de milhares de computadores em escolas, hospitais, empresas e casas.
Depois disso, as vítimas recebiam um pedido de resgate que, mesmo quando era pago, não desbloqueava os seus computadores. “O ataque se espalhou e custou milhares de milhões de dólares e a Coreia do Norte é diretamente responsável”, aponta Bossert.
No artigo, o membro da Casa Branca alerta que “não é com leviandade que os EUA fazem esta alegação”. Segundo Bossert, a afirmação é baseada em provas que não são do conhecimento apenas dos EUA: o Reino Unido se une aos norte-americanos e a Microsoft conseguiu atribuir o ataque ao governo da Coreia do Norte.
As consequências deste ataque foram além do paradigma econômico. O software malicioso atingiu computadores em serviços de saúde, comprometendo sistemas responsáveis por trabalhos críticos. “Puseram vidas em risco“, acusa o conselheiro.
Esta não é, no entanto, a primeira vez que as culpas de ciberataques como o WannaCry são apontadas à Coreia do Norte.
Logo em maio, ao analisar uma versão do vírus WannaCry, a empresa de segurança informática Symantec identificou vários códigos do ataque ao banco central do Bangladesh, em 2016, a bancos poloneses no início do ano ou à Sony Pictures Entertainment em retaliação pelo filme The Interview, uma sátira do líder norte-coreano, Kim Jong-un.
Todos estes ciberataques foram atribuídos ao Grupo Lazarus, que opera a partir da China a mando da Coreia do Norte – e pode ser o responsável pelo recente ataque informático já que, segundo especialistas, os registros de horários no código do WannaCry estão ajustados de acordo com o fuso horário chinês.
Ciberia // ZAP