O explorador Barry Clifford encontrou, há mais de 30 anos, o único navio pirata autenticado do mundo, e quer agora desenterrar o valioso tesouro que estava lá dentro e que pertencia ao “Robin Hood dos mares”, o pirata Samuel “Black Sam” Bellamy.
Foi em 1984 que Barry Clifford descobriu o navio Whydah Gally, nas águas de Cape Cod, península na costa de Massachusetts, nos Estados Unidos. O achado foi classificado como o único barco pirata autenticado em todo o mundo.
Passados 32 anos, e depois de inúmeros mergulhos e muita investigação, o explorador de arqueologia subaquática diz que encontrou o tesouro desse navio, que naufragou em 1717 com a fortuna daquele que é considerado o pirata mais rico de todos os tempos.
A equipe de Clifford detectou uma grande massa metálica na zona onde foi encontrado o navio e acredita que se trata mesmo do tesouro acumulado por “Black Sam”, escreve a CBS News.
O Whydah Gally era um navio de escravos inglês que foi capturado pelos piratas, que o usaram para fazer vários saques a outros navios. Fala-se que estaria carregado de ouro e prata, embora não haja nenhuma confirmação disso.
Já foram encontradas várias moedas e pó de ouro, mas Clifford acredita que foi apenas a ponta do icebergue de um tesouro muito maior.
Porém, há quem desconfie que a descoberta não passe apenas de mais uma especulação sem provas, tal como aconteceu noutros casos com o mesmo explorador.
“As muitas descobertas de Barry Clifford podem ser muito excitantes, se puderem ser verificadas com fotografias ou provas científicas. Até lá, é só conversa“, destaca o curador do Museu Nacional Smithsonian de História Americana, Paul Johnston.
Esta desconfiança se explica por anteriores supostos achados de Clifford que acabaram por se revelar falsos, como foi o caso dos alegados destroços do navio Santa Maria, da primeira viagem de Cristóvão Colombo à América em 1492, ou do pretenso navio do famoso pirata escocês Capitão William Kidd, na costa de Madagascar.
As duas supostas descobertas foram desmentidas pela UNESCO e o especialista de patrimônio subaquático da organização, Ulrike Guérin, refere à CBS News que falta a Clifford “a abordagem científica necessária”.
O que é certo é que o explorador vai continuar a explorar a pista do tesouro de “Black Sam”. Para já, só foi localizado o local onde estará o tesouro pirata, sendo necessário encontrar a massa concreta e, depois, levantá-la do fundo do mar e trazê-la até terra, para averiguar o seu conteúdo.
Só então será possível saber se estaremos mesmo perante o tesouro daquele que é considerado o pirata mais rico de todos os tempos, com uma fortuna de 131,4 milhões de dólares (cerca de 400 milhões de reais), segundo um estudo de 2008 da Forbes.
Até agora, a equipe de Clifford já recolheu cerca de 200 mil artefactos do Whydah Gally, incluindo várias moedas de prata espanholas, fragmentos de jóias de ouro africanas e dezenas de canhões.
É possível ver alguns destes achados no recentemente inaugurado Museu Pirata Whydah, em West Yarmouth, Massachusetts.
“Black Sam” virou pirata por amor
A captura do navio inglês poderia ter sido o grande golpe final da carreira de pirata de “Black Sam”, que acabou por morrer nele, juntamente com sua tripulação, num naufrágio, em 1717, provocado por uma grande tempestade.
Apenas dois dos marinheiros a bordo sobreviveram e acabaram enforcados, julgados por pirataria.
A tripulação de “Black Sam” se auto-denominava como “Os Homens de Robin Hood”, destaca um artigo da National Geographic, no qual se salienta o espírito de rebeldia do pirata contra a opressão dos pobres.
“Black Sam” tornou-se no “pirata mais rico da história, não por causa da ganância, mas devido à raiva – raiva pelo sistema inglês que explorava os pobres rapazes do campo e os marinheiros como ele”, refere-se noutro texto da New England Historical Society.
A National Geographic conta que Black Sam se tornou pirata aos 26 ou 27 anos, quando buscava fortuna para poder casar com o amor da sua vida, e que aos 29 já tinha capturado mais de 50 navios, o que atesta a sua eficiência como “Robin Hood dos mares”.
No livro de Colin Woodard sobre a história dos piratas, descreve-se que o lema de “Black Sam” era “combater com astúcia, magoar poucos, marcar em grande”, afiança o artigo da New England Historical Society.
SV, ZAP
10 descobertas que não têm explicação
http://www.mestresabe.com/2016/11/10-descobertas-que-nao-tem-explicacao.html