Um grupo de arqueólogos australianos e norte-americanos acredita ter localizado a área em que o Endeavour, navio que o explorador britânico James Cook usou em viagens à Austrália e à Nova Zelândia, teria afundado. Mais de dois séculos depois, o mistério pode estar desvendado.
De acordo com os pesquisadores, o navio naufragou em 1778 perto do porto de Newport, no estado de norte-americano de Rhode Island, anos depois de ter sido usado por Cook. “A equipe delimitou a possível área de naufrágio do Endeavour a um só local, o que é muito promissor”, disse o diretor do Australian National Maritime Museum, Kevin Sumption.
O navio naufragado foi encontrado graças à utilização de um sonar. Os mergulhadores vão agora fazer buscas mais precisas. “Será preciso muito mais trabalho, análise e pesquisa em detalhe até que possamos definitivamente dizer que encontramos o Endeavour de James Cook”, acrescentou Sumption em declarações à AFP.
Se confirmada a descoberta, os trabalhos arqueológicos devem começar no próximo ano e estar concluídos a tempo de assinalar os 250 anos da chegada de James Cook e da lendária embarcação à Austrália (em abril de 2020).
O Endeavour foi comprado pela marinha britânica em 1768 para uma missão científica no Oceano Pacífico, com objetivo de localizar o misterioso continente a sul do globo, conhecido então como Terra Australis.
Apesar de ser britânico, destaca o Sydney Morning Herald, os destroços que venham a ser encontrados são importantes para vários países – Estados Unidos, Inglaterra, Nova Zelândia e Austrália –, podendo levar a uma disputa a propósito do local onde os destroços deverão ser depositados.
O navio é conhecido principalmente pelas viagens do explorador britânico à Austrália e à Nova Zelândia. No porto de Darling, perto de Sydney, é possível ver uma réplica do navio. Depois que Cook o utilizou, a embarcação foi vendida e afundada com outros 12 navios, em 1778, durante a Guerra da Independência norte-americana.
As descobertas resultam de 25 anos de trabalho de pesquisa, em um trabalho conjunto entre o Museu Nacional Marítimo da Austrália e os arqueólogos da Marinha dos EUA.
Kathy Abbass, diretora do projeto, adiantou: “Podemos dizer que acreditamos saber qual dos barcos é o Endeavour. É empolgante. Estamos cada vez mais perto”, concluiu.
Ciberia // ZAP