O dia 6 de setembro de 2017 tem tudo para passar à História como o que selou o destino do mais popular e carismático líder político brasileiro desde Getúlio Vargas, o presidente da República que em agosto de 1954 matou-se com um tiro no peito para não ser derrubado por um golpe militar.
Em menos de duas horas, ficou-se sabendo que o ministro da Fazenda e da Casa Civil dos governos do PT, Antonio Palocci, “o Italiano”, detonou o “pacto de sangue” firmado por Lula com a construtora Odebrecht. E que Lula e Dilma foram denunciados outra vez, desta vez por obstrução de Justiça.
A Lula, segundo Palocci, a Odebrecht pagou R$ 300 milhões de propinas – parte para financiar suas atividades, parte para a compra de uma nova sede do Instituto Lula, e o resto para satisfazer qualquer outro desejo dele. Como o de concluir um museu em sua homenagem. O pacote incluía o pagamento de R$ 200 mil por palestra.
Depois de disparar uma flecha no próprio pé com o caso da polêmica delação do Grupo JBS, Rodrigo Janot, Procurador Geral da República, disparou outra em Lula e Dilma – essa por conta da manobra de 2015 que tornaria Lula ministro-chefe da Casa Civil do segundo governo Dilma.
A manobra tinha como objetivo proteger Lula, que corria o risco de ser preso a qualquer momento por ordem do juiz Sérgio Moro. Como ministro de Estado, Lula só poderia ser processado pelo Supremo Tribunal Federal. Escaparia assim da órbita de Curitiba, eterno pavor dos acusados por corrupção.
Preso há um ano, condenado uma vez, Antonio Palocci finalmente cedeu às pressões dos seus advogados e contou o que sabe em depoimento a Moro. Se não contou tudo, contou o suficiente para enterrar Lula que em breve deverá ser condenado pela segunda vez. É réu em pelo menos mais quatro ações penais.
Revelou, por exemplo, que Lula acompanhou cada passo do andamento das operações de repasses ilícitos da Odebrecht. E que na véspera de deixar o governo no final de 2010, apresentou Dilma a Emílio Odebrech para comprometê-la com o acerto que ele tinha com a construtora.
Quanto ao sítio de Atibaia, em São Paulo, onde a familia Lula da Silva desfrutou dos fins de semana, sim, foi mais um “agrado” da Odebrecht feito a Lula, afirmou Palocci. Como foi também o apartamento defronte ao que Lula mora em São Bernardo do Campo, usado por ele por vários anos.
O depoimento de Palocci a Moro não fez parte de nenhuma delação premiada, porque delação ainda não há. Certamente Palocci guardou revelações inéditas para oferecer mais tarde em troca de melhor prêmio por delatar. Está ansioso por isso. Moro ouvirá Lula na próxima semana.
O que Palocci disse a Moro já é suficiente para que ele seja apontado no futuro como o maior algoz de Lula, aquele que desrespeitou o pacto de silêncio dos líderes do PT empenhados em preservar a imagem do demiurgo da esquerda. Algoz de Lula, mas também de Dilma, cuja fantasia de vestal Palocci rasgou.
A Lula e aos seus advogados só resta esgrimir com o argumento de que Palocci mentiu para livrar-se da cadeia, o que desqualificaria a princípio toda e qualquer delação. Ao PT, resta procurar outro candidato para disputar a vaga de Temer, algo que ao fim e ao cabo não fará, refém que é de Lula.
Game over. Fim de jogo.
// REde GNI
Somente o judiciário que está fazendo vistas grossas para mandar o chefe e sua turma para a cadeira. Não sei mais o que estão esperando para assim proceder….