Astrônomos identificaram algumas das galáxias mais antigas do Universo em órbita da Via Láctea. Encontrar estas entidades cósmicas é como encontrar os restos dos primeiros humanos que habitaram a Terra.
Segundo os autores do estudo, publicado na quinta-feira (16) no Astrophysical Journal, as galáxias anãs Segue-1, Bootes I, Tucana II e Ursa Maior I, descobertas entre 2005 e 2015, teriam mais de 13 bilhões de anos. O Universo tem uma idade calculada em 13,8 bilhões de anos.
A equipe de astrônomos estimou o tempo de formação destas galáxias-satélite da Via Láctea a partir de um modelo de formação de galáxias desenvolvido anteriormente, refere em comunicado da universidade britânica de Durham, que participou do estudo.
Um dos pesquisadores e diretor do Instituto para a Cosmologia Computacional da Universidade Durham, Carlos Frenk, compara os dados descritos à “descoberta da origem dos primeiros humanos que habitaram a Terra”. “É extremamente excitante“, disse o cientista ao The Independent.
A formação das primeiras galáxias levou ao fim do período das trevas do Universo, que durou cerca de 100 milhões de anos.
De acordo com o estudo, foram identificados dois grupos de galáxias-satélite da Via Láctea: uma que nasceu durante a fase cósmica da escuridão e outra ligeiramente mais brilhante, formada centenas de milhões de anos depois.
“Um aspecto interessante desse trabalho é ver que ele destaca a complementaridade entre as previsões de um modelo teórico e os dados reais“, disse Sownak Bose, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, que liderou a pesquisa.
“Há uma década, as galáxias mais fracas nas proximidade da Via Láctea teriam passado despercebidas”, apontou, explicando que, “com a crescente precisão dos atuais e futuros levantamentos, um novo conjunto de pequenas galáxias foi trazido à tona, nos permitindo testar modelos teóricos em novos regimes”, rematou o investigado.
Ciberia // ZAP