Em 2016, pouco antes da Olimpíada do Rio de Janeiro, o técnico de ginástica artística, Fernando de Carvalho Lopes, foi afastado da seleção masculina acusado de abuso sexual. Ele foi denunciado pelos pais de um menor de idade treinado por ele no Clube Mesc, em São Bernardo do Campo (SP), na época.
No domingo (29), uma reportagem no Fantástico, mostrou que ao menos 40 atletas e ex-atletas sofreram abusos do técnico por vários anos e, agora o Ministério Público está investigando as denuncias feitas por 10 deles.
Todos acusam Lopes de aproveitar a pouca idade e a falta de conhecimento dos processos do treinamento para tocá-los de forma inapropriada e de obrigá-los a ficarem nus.
Petrix Barbosa, campeão pan-americano por equipes em 2011, em Guadalajara, no México, falou abertamente ao programa. Ele treinou com o técnico dos 6 aos 12 anos no Clube Mesc.
Petrix foi o primeiro atleta a cogitar denunciá-lo motivado pela condenação do ex-médico da equipe de ginástica artística americana, Larry Nassar, após o testemunho de 156 mulheres que o acusaram de abusos sexuais. “Já acordei com ele, não sei quantas vezes. com a mão dentro da minha calça“, contou.
Segundo as outras vítimas, os abusos aconteciam no banheiro, nos treinos físicos e até mesmo fora do ginásio. O medo e a vergonha, no entanto, os impediram de contar à família.
À reportagem, por telefone, o ex-técnico se defendeu afirmando nunca ter sido um técnico legal, mas rigoroso, até demais. “Às vezes, até misturei – achei que podia ser um pai, um amigo. Isso talvez tenha dado uma margem de interpretação errada”.
No momento ele ainda trabalha no Mesc, mas em serviços internos.
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