Governo da Indonésia autoriza saques em supermercados após terremoto

Mast Irham / EPA

Mais de dois dias após o terremoto seguido de um tsunami na Indonésia, as equipes de socorro ainda não conseguiram chegar a todas as regiões da ilha de Sulawesi. 

Após o violento terremoto que sacudiu a Indonésia, seguido de um tsunami que atingiu a cidade de Palu, os sobreviventes enfrentam a falta de alimentos e de água potável, e muitos começaram a saquear supermercados.

Segundo informações oficiais, mais de 800 pessoas morreram. No entanto, as autoridades afirmam que esse balanço é provisório, já que centenas moradores continuam desaparecidos e as equipes de ajuda não conseguiram chegar em várias partes da ilha.

Diante dos estragos provocados pelo terremoto de 7,5 de magnitude na sexta-feira (28), é impossível desembarcar no aeroporto de Palu, a cidade mais afetada da região.

“Por enquanto as condições não permitem aterrissagens. Precisaremos de pelo menos uma semana”, declarou o presidente da Indonésia, Joko Widodo, durante uma visita à cidade de 350 mil habitantes neste domingo (30). As equipes de socorro são obrigadas a usar pistas de pouso alternativas, como em Poso, a cerca de 200km das zonas atingidas.

O trajeto entre as duas cidades, que normalmente dura cinco horas, leva atualmente dez horas em razão do êxodo em massa de moradores, que tentam abandonar a região. Congestionamentos gigantescos se formam até mesmo em estradas nas montanhas.

Em Palu, o cenário é de destruição, com barcos no meio das ruas, após terem sido arrastados pelo tsunami. Os moradores continuam esperando ajuda e com a falta de comida e água potável, têm se multiplicado o número de saques a supermercados e postos de gasolina.

Diante da situação, as autoridades locais anunciaram que os saqueadores não serão punidos e que o governo vai reembolsar os comerciantes.

“Pedimos aos distribuidores Alfamart e Indomaret que deixem as pessoas pegarem as mercadorias”, informou por meio de um comunicado o ministro indonésio do Interior, Tjahjo Kumolo. “Eles devem registrar tudo e nós pagaremos depois”, prometeu.

Civis começaram a enterrar os mortos, muitos deles antes mesmo da identificação dos corpos, temendo a propagação de doenças. O governo também prevê sepultamentos coletivos.

Ainda não há notícias das cidades de Sigi e Donggala, que tiveram as estradas de acesso cortadas pela destruição. As autoridades temem que o balanço de vítimas fatais aumente quando conseguirem chegar nas duas localidades.

“Temos que agir rápido, mas as condições atuais tornam tudo mais difícil”, declarou o presidente indonésio.

// RFI

COMPARTILHAR

DEIXE UM COMENTÁRIO:

Como é feito o café descafeinado? A bebida é realmente livre de cafeína?

O café é uma das bebidas mais populares do mundo, e seus altos níveis de cafeína estão entre os principais motivos. É um estimulante natural e muito popular que dá energia. No entanto, algumas pessoas preferem …

“Carros elétricos não são a solução para a transição energética”, diz pesquisador

Peter Norton, autor do livro “Autonorama”, questiona marketing das montadoras e a idealização da tecnologia. Em viagem ao Brasil para o lançamento de seu livro “Autonorama: uma história sobre carros inteligentes, ilusões tecnológicas e outras trapaças …

Método baseado em imagens de satélite se mostra eficaz no mapeamento de áreas agrícolas

Modelo criado no Inpe usa dados da missão Sentinel-2 – par de satélites lançado pela Agência Espacial Europeia para o monitoramento da vegetação, solos e áreas costeiras. Resultados da pesquisa podem subsidiar políticas agroambientais Usadas frequentemente …

Como o Brasil ajudou a criar o Estado de Israel

Ao presidir sessão da Assembleia Geral da ONU que culminou no acordo pela partilha da Palestina em dois Estados, Oswaldo Aranha precisou usar experiência política para aprovar resolução. O Brasil teve um importante papel no episódio …

O que são os 'círculos de fadas', formações em zonas áridas que ainda intrigam cientistas

Os membros da tribo himba, da Namíbia, contam há várias gerações que a forte respiração de um dragão deixou marcas sobre a terra. São marcas semicirculares, onde a vegetação nunca mais cresceu. Ficou apenas a terra …

Mosquitos modificados podem reduzir casos de dengue

Mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia podem estar associados a uma queda de 97% nas infecções de dengue em três cidade do vale de Aburra, na Colômbia, segundo o resultado de um estudo realizado pelo …

Chile, passado e presente, ainda deve às vítimas de violações de direitos humanos

50 anos após a ditadura chilena, ainda há questões de direitos humanos pendentes. No último 11 de setembro, durante a véspera do 50° aniversário do golpe de estado contra o presidente socialista Salvador Allende, milhares de …

Astrônomos da NASA revelam caraterísticas curiosas de sistema de exoplanetas

Os dados da missão do telescópio espacial Kepler continuam desvendando mistérios espaciais, com sete exoplanetas de um sistema estelar tendo órbitas diferentes dos que giram em torno do Sol. Cientistas identificaram sete planetas, todos eles suportando …

Em tempos de guerra, como lidar com o luto coletivo

As dores das guerras e de tantas tragédias chegam pelas TV, pelas janelinhas dos celulares, pela conversa do grupo, pelos gritos ou pelo silêncio diante do que é difícil assimilar e traduzir. Complicado de falar …

Pesquisa do Google pode resolver problemas complexos de matemática

O Google anunciou uma série de novidades para melhorar o uso educativo da busca por estudantes e professores. A ferramenta de pesquisa agora tem recursos nativos para resolver problemas mais complexos de matemática e física, inclusive …