O prêmio Nobel da Física 2018 foi atribuído, nesta terça-feira (2), ao norte-americano Arthur Ashkin e a segunda metade em conjunto com o francês Gérard Mourou e à canadense Donna Strickland, pelas invenções no campo da física do laser.
“A Academia Real Sueca das Ciências decidiu atribuir o Nobel da Física 2018 uma metade a Arthur Ashkin pelas pinças óticas e sua aplicação nos sistemas biológicos e a outra metade conjuntamente a Gérard Mourou e Donna Strickland pelo método de gerar pulsos óticos ultracurtos de alta intensidade”, disse Göran K. Hansson, secretário-geral da academia.
Segundo o comunicado da academia sueca, as invenções distinguidas “revolucionaram a física do laser”. “Objetos extremamente pequenos e processos incrivelmente rápidos são hoje vistos com uma nova luz. Instrumentos de alta precisão abrem áreas de pesquisa ainda não exploradas e uma imensidão de aplicações industriais e médicas”, diz o texto.
O norte-americano inventou pinças óticas que pegam partículas, átomos, vírus e outras células vivas com seus dedos de feixes de laser, o que permitiu concretizar um sonho antigo da ficção científica: usar a pressão da luz para mover objetos físicos, escreve a academia.
Segundo o comunicado, Ashkin começou em 1987 a usar as pinças óticas para capturar bactérias vivas sem danificá-las e hoje aquele instrumento é largamente utilizado em pesquisa.
Já Mourou e Strickland abriram caminho para a criação dos pulsos de laser mais curtos e intensos jamais criados pelo homem, explica a academia.
Seu artigo revolucionário foi publicado em 1985 e a técnica que inventaram (chirped pulse amplification, CPA), tornou-se padrão para os lasers de alta intensidade.
As áreas de aplicação da técnica ainda não estão completamente exploradas, mas é atualmente utilizada em milhões de cirurgias de correção da visão realizadas todos os anos com os mais incisivos feixes de laser.
O prêmio Nobel da Física, com um valor pecuniário de 9 milhões de coroas (quase R$ 4 milhões), é o segundo destes galardões a ser anunciado, seguindo-se, nos próximos dias, os de Química, da Paz e da Economia.
Na segunda-feira (1º), o Nobel da Medicina foi atribuído ao norte-americano James P. Allison e ao japonês Tasuku Honjo pelas suas descobertas sobre o papel do sistema imunológico no tratamento do câncer.
Ciberia, Lusa // ZAP