Um grupo de investidores do Facebook abriu uma campanha para afastar Mark Zuckerberg, o co-fundador e CEO da empresa, do posto de presidente do Conselho Diretor da companhia.
A intenção de afastar Zuckerberg já foi apresentada formalmente e partiu de investidores que são membros da SumOfUs, uma organização que advoga pela responsabilização das grandes companhias.
Mark Zuckerberg acumula os títulos de CEO e presidente do Conselho Diretor do Facebook desde 2012.
“Acreditamos que a combinação destes dois papéis numa única pessoa enfraquece a gestão de uma corporação, o que pode prejudicar o valor das ações“, refere a proposta de afastamento.
No documento afiança-se ainda que “uma liderança independente no Facebook seria particularmente construtiva”, numa altura em que a empresa “enfrenta críticas acrescidas em relação à forma como o seu papel é percebido na promoção de notícias enganosas; na censura, no discurso de ódio e em alegadas inconsistências na aplicação dos padrões orientadores da comunidade e nas políticas de conteúdos”.
A SumOfUs argumenta que ter uma pessoa diferente no cargo acarretaria um equilíbrio de poder entre o CEO e o corpo de diretores, o que considera bastante necessário, após a aprovação de uma proposta, em 2016, que reduz a influência de algumas classes de acionistas.
A conselheira de mercado da SumOfUs, Lisa Lindsey, refere, numa entrevista ao site VentureBeat, que 333 mil pessoas assinaram uma petição solicitando que o Facebook melhore a sua organização corporativa. Desse total, apenas 1.500 seriam acionistas.
A grande questão é que não será muito fácil convencer os outros acionistas de que esta separação de cargos é uma boa ideia. Um CEO em função dupla não é uma exclusividade do Facebook. Outras empresas, como Netflix, Tesla, Amazon, entre outras, também possuem CEOs com acumulação de funções.
Além do mais, Zuckerberg “é um dos maiores acionistas” do Facebook e “pode derrubar facilmente a proposta, juntamente com outros investidores aliados”, refere o VentureBeat.
A boa saúde financeira da empresa, com os seus lucros e as suas ações em crescendo, também não ajudarão a convencer os investidores a empurrarem Zuckerberg para fora da direção da empresa.
// ZAP