Após queixas do primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki, o portal de serviço de streaming Netflix afirmou nesta quinta-feira (14/11) que fará modificações nos mapas da série documental The Devil Next Door.
“Para evitar qualquer mal-entendido, nos próximos dias, vamos adicionar texto a alguns dos mapas apresentados na série”, afirmou a Netflix em comunicado. “Isso tornará mais claro que os campos de concentração e extermínio na Polônia foram construídos e operados pelo regime nazista, que invadiu e ocupou o país entre 1939 e 1945”, acrescenta o texto.
Na segunda-feira, Morawiecki afirmou que a série tinha “imprecisões históricas” ao colocar “falsamente vários campos de concentração nazistas dentro das fronteiras da Polônia moderna”. Os mapas mostrados na série apresentavam uma delimitação de fronteiras que não condizem com o momento histórico retratado.
A série documental The Devil Next Door conta a história das ações judiciais contra John Demjanjuk, um ucraniano que migrou aos EUA poucos anos depois da Segunda Guerra e que foi posteriormente acusado de ser um criminoso nazista.
O governo polonês não quer que os campos de concentração da Alemanha nazista operados em áreas que hoje pertencem à Polônia moderna sejam descritos como “campos poloneses” – uma ofensa criminal segundo uma lei polonesa de 2018.
A legislação recebeu diversas críticas, principalmente de Israel, devido a preocupações de que poderia ser abusada para obscurecer o envolvimento de colaboradores poloneses em crimes de guerra nazistas.
Apesar da controvérsia com os poloneses, a série documental The Devil Next Door, conduzida pelos diretores israelenses Yossi Bloch e Daniel Sivan, recebeu críticas amplamente positivas – o diário americano Wall Street Journal afirmou não haver “cinco horas de televisão mais recompensantes”.