Nesta sexta-feira (15), uma investigação australiana sobre abuso sexual de crianças recomendou à Igreja Católica que acabe com a exigência de celibato ao clero.
A Comissão Real da Austrália, que corresponde à Procuradoria-Geral da República, divulgou nesta sexta-feira as conclusões finais da investigação sobre o escândalo de abuso sexual a menores que tem intrigado o país nos últimos cinco anos.
O relatório indicou que deve ser esclarecido até onde vai o segredo da confissão quando estão em causa provas de crime contra menores.
Sobre respostas institucionais ao abuso sexual de crianças, a comissão real australiana investiga, desde 2012, como a Igreja Católica e outras instituições no país responderam a estes crimes ao longo de mais de 90 anos.
Na investigação da comissão, a mais alta forma de inquérito no país, foram ouvidas mais de 8 mil vítimas de abuso sexual em instituições religiosas, entre os quais 62% eram católicos.
A comissão recomendou à Conferência Episcopal Australiana que peça ao Vaticano para considerar a introdução do celibato voluntário para o clero. Os investigadores apontam que, embora o celibato “não seja uma causa direta do abuso sexual de crianças, contribuiu para a ocorrência de abusos sexuais”, cita o jornal português Expresso.
“Milhares de crianças foram vítimas de abusos sexuais em muitas instituições australianas, nunca saberemos qual o verdadeiro número. Este não é um caso que envolve algumas maçãs podres. As mais importantes instituições da sociedade falharam seriamente”, destaca o relatório.
De acordo com o JN, as recomendações da comissão, num total de 409, incluem tornar crime a não denúncia de abusos infantis, e os sacerdotes não devem estar isentos de serem acusados.
Acrescenta-se às recomendações a criação de um sistema de treino de crianças em escolas e infantários para que aprendam a se proteger de abusadores, a criação de um gabinete nacional para a segurança infantil, dirigido por um ministro do governo e tornar obrigatório que todas as pessoas que trabalham com crianças denunciem abusos às autoridades.
Ciberia // ZAP