O número de pessoas a bordo do submarino ARA San Juan na Argentina supostamente ultrapassou sua capacidade em sete pessoas, afirmou o irmão de um dos oficiais que desapareceu com a embarcação.
ARA San Juan
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“O submarino tem um total de 37 lugares para a tripulação permanente, mas desta vez 44 pessoas estavam a bordo”, disse à Sputnik News o parente do oficial, que afirma que ficou sabendo da superlotação por meio da esposa de um agente do serviço secreto — que faz parte da tripulação desaparecida do ARA San Juan.
O ARA San Juan sumiu em 15 de novembro, enquanto viajava de Ushuaia para Mar del Plata. A Marinha da Argentina afirma que uma provável explosão foi registrada na área próxima onde o último contato foi feito e nega qualquer irregularidade na embarcação.
A Marinha da Argentina insistiu neste sábado (25) que o submarino desaparecido ARA San Juan estava em boas condições quando iniciou sua missão, apesar dos temores levantados pela possível explosão que atingiu a embarcação de 44 tripulantes.
As esperanças para os sobreviventes diminuem cada vez mais. Já são 10 dias de desaparecimento — período de tempo suficiente para acabar o suprimento de oxigênio do submarino de acordo com especialistas, ainda que ele esteja intacto.
Há um esforço multinacional de busca e resgate em andamento. Apesar das condições climáticas muito adversas, um navio norueguês está transportando para o local um módulo de resgate submarino dos EUA que irá fazer buscas.
O ARA San Juan partiu em 8 de novembro do porto de Ushuaia a caminho de Mar del Plata.
“Dois dias antes de navegar, houve uma verificação de todo o sistema operacional”, disse o porta-voz da Marinha, Enrique Balbi, em coletiva de imprensa. “O submarino não navega se isso não for feito. Se partiu de Ushuaia, era porque estava na condição de fazê-lo”.
Balbi disse que o capitão informou em 15 de novembro que havia um problema elétrico em um compartimento da bateria, mas ele depois comunicou por telefone via satélite que o problema havia sido resolvido e que continuaria a viagem submersa em direção a Mar del Plata.
Desde então, não houve contato com o San Juan, e nenhum sinal da embarcação ou detritos, apesar de uma busca intensiva.
Mas também foi no dia 15 de novembro que tanto a Marinha dos Estados Unidos como a agência internacional de monitoramento da proibição de testes nucleares detectaram o que parecia ser uma explosão submarina na área onde o submarino estava em operação.
A informação sobre a explosão causou comoção entre os familiares dos marinheiros, reunidos na base naval de Mar del Plata, onde esperavam informações . Alguns se ajoelharam aos prantos, outros deram socos nas paredes ou se abraçaram com outros familiares e marinheiros.
“Acabo de saber que sou viúva“, disse na altura Jessica Gopar, mulher do cabo Fernando Santilli. “Vim pendurar um cartaz que dizia que estamos esperando por ele, quando alguém saiu e fez um gesto negativo com o rosto. Entendi logo que tudo tinha acabado“, disse, chorando.
Os familiares da tripulação, que aguardam por informações em Mar del Plata, afirmam que a embarcação de 33 anos estava em mau estado de conservação.
“Nós nos sentimos apoiados pelas pessoas”, disse Zulma de Vallejos, mãe do membro da equipe Celso Oscar Vallejos. “Eu sei que meu filho vai voltar. Eu sei que ele vai voltar vivo. A última palavra não foi falada”.
Ciberia // Sputnik News