Jyoti e Neha, irmãs de 18 e 16 anos, respectivamente, fingiram ser homens para salvar a barbearia da família, localizada no estado de Uttar Pradesh, na Índia, depois de o pai adoecer em 2014.
“Eu estava estudando quando meu pai ficou doente e teve que fechar a loja. Como era uma questão de sobrevivência para nós, não tivemos escolha a não ser reabrir”, diz Jyoti, citada pelo portal Hindustan Times.
Sendo as mais novas de oito irmãs, seis das quais já casadas, quando reabriram a barbearia, fizeram isso como mulheres, mas não tiveram uma boa recepção dos clientes, que eram céticos de que mulheres pudessem cortar cabelo ou bigode.
Por isso, decidiram transformar a aparência: cortaram o cabelo e se vestiram como homens. Além disso, adotaram os nomes de Deepak e Raju. “Foi nossa condição de família pobre que nos obrigou a nos colocar no lugar do nosso pai”, acrescenta Jyoti.
E valeu a pena. Os adolescentes ganhavam entre 400 e 500 rupias – R$ 21 e R$ 26 – diariamente, o que servia para sustentar a família e o tratamento do pai, que sofria de paralisia cerebral.
À medida que conquistaram a confiança dos clientes, revelaram a verdadeira identidade.
“Hoje, não precisamos esconder nossa identidade, pois todos nos conhecem. Nossos parentes ainda sentem que o trabalho carece de dignidade. Agora quero mudar para o negócio de salão de beleza, que hoje é uma fonte de sustento digno para milhares de mulheres na Índia”, acrescenta ela.
Dhruv Narayan, que ainda não se recuperou totalmente da paralisia cerebral, disse: “Sinto orgulho de minhas filhas que apoiaram a família em crise”.
Ciberia // ZAP