Segundo uma nova pesquisa da Universidade de Sydney, na Austrália, o leite de demônios-da-tasmânia poderia oferecer uma arma útil contra superbactérias resistentes a antibióticos.
O marsupial, também conhecido como diabo-da-tasmânia, produz um leite que contém peptídeos importantes capazes de matar bactérias de infecções difíceis de tratar.
Especialistas acreditam que o animal evoluiu este “coquetel” para ajudar sua prole a crescer mais forte.
Os cientistas querem chegar a novos tratamentos que imitem os peptídeos. Eles têm digitalizado o código genético do diabo-da-tasmânia, a fim de recriar os compostos que combatem as infecções.
A doutoranda Emma Peel, que trabalhou na pesquisa, disse ter encontrado seis peptídeos importantes.
Experimento
Os pesquisadores acreditam que marsupiais são bons para estudar porque seus bebês têm que prosperar em um ambiente relativamente sujo.
Mães diabo-da-tasmânia dão à luz depois de apenas algumas semanas de gravidez. A pequena prole, em seguida, passa os próximos quatro meses em uma bolsa.
A equipe de Sydney recriou os seis peptídeos encontrados no leite do animal, e os testou em 25 tipos de bactérias e seis tipos de fungos.
Um dos peptídeos sintéticos – Saha-CATH5 – pareceu ser particularmente eficaz em matar a superbactéria Staphylococcus aureus resistente à meticilina.
Também conseguiu matar outra bactéria resistente, chamada Enterococcus resistente à vancomicina, bem como fungos Candida, vulgarmente envolvidos em infecções da pele.
Os especialistas concordam que precisamos urgentemente de novos medicamentos para combater infecções resistentes a tratamentos.
Uma revisão recente da Organização Mundial da Saúde alertou que, em 2050, superbactérias podem matar uma pessoa a cada três segundos em todo o mundo, a menos que medidas imperativas sejam tomadas.
// HypeScience