Macron diz que convenceu Trump a manter tropas na Síria

(cv) The White House

Emmanuel Macron afirmou que os ataques na síria foram um sucesso “no plano militar” e revelou ter persuadido Donald Trump a não retirar as tropas norte-americanas do terreno.

Neste domingo (15), o presidente francês Emmanuel Macron disse que os ataques ocidentais contra a Síria foram um sucesso “no plano militar” e revelou ter convencido seu homólogo dos Estados Unidos a não retirar as tropas norte-americanas do terreno.

Em entrevista, Macron declarou que “no plano militar tivemos sucesso na operação”, acrescentando que “foi a comunidade internacional que interveio”, em referência à operação comum dos Estados Unidos, França e Reino Unido, realizada na madrugada de sábado fora do quadro das Nações Unidas.

Além disso, o presidente francês garantiu durante a entrevista que teria persuadido o presidente Donald Trump, que já havia manifestado intenção de retirar as tropas norte-americanas do terreno, “de permanecer” na Síria, na sequência dos ataques dos Estados Unidos, França e Reino Unido.

“Há dez dias, o presidente Trump dizia que os Estados Unidos admitiam a hipótese de se descomprometerem com a Síria, mas o convencemos que era necessário permanecer“, declarou.

Os Estados Unidos têm aproximadamente 2 mil soldados das forças especiais no nordeste da Síria, onde combatem com os curdos do YPG e com as Forças Democráticas Sírias. Além disso, segundo o Observador, financiam e treinam esses dois grupos, que combatem o Estado Islâmico e também as tropas de Bashar al-Assad.

Além disso, Macron deu a entender que Donald Trump poderia ter equacionado um ataque mais forte do que aquele que foi perpetuado na noite de sexta-feira (13), no qual foram lançados 105 mísseis. “Convencemos Trump de que é preciso limitar esses ataques às armas químicas”, referiu o presidente francês.

Ainda nas mesmas declarações, o líder da França assegurou que o país “não declarou guerra ao regime” de Bashar al-Assad e recordou a vontade de Paris de encontrar uma solução política “inclusiva” à guerra na Síria, que junte todos os setores envolvidos na crise.

Na noite de sexta-feira (13), os Estados Unidos, a França e o Reino Unido realizaram uma série de ataques com mísseis contra alvos associados à produção de armamento químico na Síria, em resposta a um suposto ataque com armas químicas na cidade de Douma, Ghouta Oriental, por parte do governo de Bashar al-Assad.

A ofensiva consistiu em três ataques, com uma centena de mísseis, contra instalações utilizadas para produzir e armazenar armas químicas, informou o Pentágono. O presidente dos Estados Unidos justificou o ataque como uma resposta à “ação monstruosa” realizada pelo regime de Damasco contra a oposição. Segundo o secretário-geral da Otan, a ofensiva teve o apoio dos 29 países que integram a Aliança.

Na sequência dos ataques, e a pedido da Rússia, foi realizada uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, na qual foi rejeitada uma proposta de condenação da ofensiva militar, apresentada pelos russos.

Vladimir Putin avisou que novos ataques à Síria por países europeus e Estados Unidos podem provocar “o caos” nas relações internacionais, enquanto o líder sírio acusou os EUA e seus aliados de lançarem uma “campanha de falácias e mentiras” após a ofensiva militar.

Nesta segunda-feira (16), será entregue ao Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução sobre a Síria, que inclui um novo mecanismo de controle sobre o uso de armas químicas. Segundo fontes diplomáticas, o texto redigido pela França abrange três áreas: química, humanitária e política.

Ciberi // ZAP

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