Em coletiva de imprensa, o general do Estado-maior russo, Viktor Poznikhir, acusou a oposição de ter encenado o ataque com armas químicas contra Douma.
O general russo Viktor Poznikhir afirmou nesta quarta-feira (12) que a situação em Ghouta Oriental, último grande base rebelde na Síria, “está completamente estabilizada” e acusou a oposição de ter encenado o suposto ataque com armas químicas contra Douma.
“As forças armadas russas concluem sua operação humanitária maciça em conjunto com as forças governamentais sírias” na região, disse o general do Estado-Maior russo em coletiva de imprensa.
Poznikhir disse que os últimos combatentes rebeldes “estão neste momento saindo de Douma” e “não houve nenhum disparo ou confronto nos últimos cinco dias” em toda a região de Ghouta, nos arredores de Damasco.
No total, 41.213 pessoas, incluindo 3.354 rebeldes e 8.642 familiares de rebeldes, deixaram Douma com a ajuda das forças russas, afirmou.
Nesta fase, afirmou, a partir desta quinta-feira (13), a Rússia vai fornecer suas unidades de polícia militar para Douma a fim de garantir a segurança da cidade. “Uma unidade da polícia militar russa será destacada a partir de quinta para garantir a segurança, manter a ordem e organizar a assistência aos habitantes de Douma”, disse.
O general disse, por outro lado, que o ataque químico contra Douma, que a oposição e países ocidentais atribuíram às forças do regime, foi “encenado para as câmeras” pelos “capacetes brancos”, organização de voluntários que resgata vítimas das zonas controladas pelos rebeldes.
“Operando exclusivamente nas fileiras dos terroristas, os capacetes brancos encenaram mais uma vez para as câmeras um ataque químico contra civis na cidade de Douma”, disse o general. Segundo Poznikhir, oficiais russos recolheram amostras em Douma nas quais não foi detectado qualquer vestígio de um ataque químico.
Além disso, afirmou, médicos de um hospital local disseram aos comandantes russos que não trataram nenhuma vítima do suposto ataque e residentes de Douma disseram não ter tido conhecimento de qualquer funeral de vítimas de um ataque químico.
O general insistiu que as alegações contra as forças sírias são “falsas” e repetiu a disposição da Rússia para garantir a segurança de peritos independentes que se deslocam à região para investigar o ataque.
500 pessoas com sintomas de exposição a ataque químico em Douma
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), citada pela TSF, 500 pessoas apresentaram sintomas consistentes com a exposição a ataques químicos.
A OMS condenou o suposto ataque químico do regime de Assad e pediu acesso imediato a Douma para dar assistência às vítimas. O regime sírio é acusado de ter usado armas químicas em ataques no sábado (7) na cidade de Douma, arredores de Damasco.
No entanto, o regime de Assad continua a negar o uso de qualquer arma química. A OMS citou relatórios que confirmam a morte de, pelo menos, 70 pessoas devido à exposição a elementos químicos.
À BBC, Peter Salama, da Organização Mundial de Saúde, exigiu “com caráter imediato o acesso irrestrito aos afetados, de forma a avaliar os impactos na saúde e fornecer uma resposta abrangente de saúde pública”.
Casa Branca desmente iminência de ataque: “Há outras opções”
Depois de na terça-feira (10) Donald Trump ter ameaçado a Rússia dizendo que os mísseis “suaves, novos e inteligentes” estavam chegando à Síria, o presidente dos EUA veio agora afirmar que tem “outras opções” em cima da mesa.
Assim, a Casa Branca desmente a iminência de um ataque, que levou até a Rússia a dizer que está pronta para abater qualquer míssil dos Estados unidos que tenha como destino o território sírio.
A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, assegurou que os mísseis “não são a única opção. Há outras sobre a mesa”.
Sanders assegurou ainda que o presidente não estabeleceu uma “janela de tempo” concreta e destacou que, durante a manhã, Trump se reuniu com os seus conselheiros de segurança para estudar todas as “possibilidades”.
Tropas sírias controlam a cidade de Douma
O ministério da Defesa da Rússia anunciou que o exército sírio tomou o controle total de Douma, a maior cidade de Ghouta Oriental e última fortaleza dos rebeldes na periferia de Damasco.
Em comunicado, o ministério da Defesa destaca que “a partir de hoje vão estar na cidade unidades da polícia militar das Forças Armadas da Rússia”. Na nota, é também referido que a polícia militar russa “garante a preservação da ordem pública na cidade” da Síria.
Os “últimos rebeldes” da cidade de Douma, último reduto nos arredores de Damasco, entregaram as armas e o líder do grupo Jaich al-Islam abandonou a região, se dirigindo para o norte do país, indica uma organização não-governamental.
Ciberia // ZAP