O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou seu homólogo norte-americano, Donald Trump, de sequestrar dinheiro venezuelano destinado à compra de medicamentos.
“O caráter criminoso das sanções do governo de Donald Trump contra a Venezuela, contra toda a Venezuela, é a perseguição que há contra os medicamentos, nos sequestrou cinco bilhões de dólares destinados à compra de medicamentos no mundo”, disse o chefe de Estado, Nicolás Maduro, a uma emissora estatal.
Durante uma visita a uma fábrica de medicamentos na cidade de Charallave, no estado de Miranda (norte do país), o presidente indicou que esse dinheiro seria destinado a importar componentes ativos para fabricar remédios na Venezuela e fornecer medicamentos para a rede de hospitais, farmácias e ambulatórios do país.
O presidente acusou Trump de causar a escassez de medicamentos na Venezuela para logo dizer que enviará ajuda humanitária.
“Donald Trump, você é o responsável por uma das medidas mais criminosas contra um povo no mundo: perseguir os medicamentos para depois dizer que [os EUA] estão dispostos a enviar ajuda humanitária”, acrescentou o presidente.
Além disso, Maduro sublinhou que a Venezuela tem capacidade para cobrir 70% das necessidades internas e que o restante está em negociações para sua importação com países como a Rússia, China, Índia, Irã, Turquia e Bielorrússia.
O presidente venezuelano ordenou estabelecer uma tabela de preços de produtos farmacêuticos com a indústria privada, e sublinhou que também “há que ajudá-los” com a importação de matérias-primas.
Em 23 de fevereiro, a oposição venezuelana tentou fazer chegar ajuda humanitária proveniente da vizinha Colômbia e do Brasil, o que resultou em confrontos com as forças de segurança, porque Maduro considera as entregas como manobra para derrubar seu governo.
A crise se agravou na Venezuela em 23 de janeiro, quando o líder da oposição Juan Guaidó se declarou presidente interino, contestando a reeleição de Maduro no ano passado. Os EUA e alguns outros países apoiaram o movimento, reconhecendo Guaidó.
A Rússia, China, México e Turquia apoiam Maduro como presidente legítimo da Venezuela e pedem o diálogo para solucionar a crise.
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