Presidente venezuelano repudia medida cogitada por Trump para pressioná-lo e anuncia que denunciará caso ao Conselho de Segurança da ONU.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, repudiou nesta sexta-feira a intenção do seu homólogo americano, Donald Trump, de impor um bloqueio ao país sul-americano para pressioná-lo a deixar o poder afirmou que os mares venezuelanos permanecerão “livres e independentes”.
“Estamos preparados para qualquer batalha. Este Mar do Caribe é da Venezuela e o império americano pretende fazer uma quarentena naval da Venezuela. Repudiamos fortemente essa nova tentativa de ameaça”, afirmou Maduro.
O líder venezuelano afirmou ainda que pediu ao embaixador do país na ONU, Samuel Moncada, que denuncie essa “ameaça ilegal” ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Na quinta-feira, Trump, confirmou a jornalistas que cogitava impor um bloqueio ou uma quarentena à Venezuela para pressionar Maduro. Ele disse que ambas as hipóteses estão sendo avaliadas, sem dar mais detalhes.
Os EUA foram um dos primeiros países a reconhecer, em janeiro de 2019, o chefe do Parlamento da Venezuela, Juan Guaidó, como presidente interino do país. Desde então, a Casa Branca anunciou uma série de sanções contra funcionários, familiares e pessoas próximas de Maduro. Estatais cubanas também entraram na mira americana.
Na quarta-feira, o Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas dos Estados Unidos (ICE) incluiu entre os fugitivos mais procurados do país o ministro da Indústria da Venezuela, Tareq El Aissami, acusado de tráfico internacional de drogas.
Antes, a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) denunciou uma nova incursão aérea americana no espaço aéreo da Venezuela e acusou o governo de Trump de tentar criar um incidente com esse tipo de sobrevoo.
Um caso similar já havia ocorrido em 22 de julho, quando o governo de Maduro denunciou que um avião espião americano invadira o espaço aéreo venezuelano perto da região de Maiquetía, no centro-norte do país.
O Comando Sul dos Estados Unidos, responsável pelas operações na área, afirmou que um avião de reconhecimento americano, que realizava uma missão aprovada em espaço aéreo internacional, foi seguido de “forma agressiva” por uma aeronave da Venezuela. A Rússia, China e Irã já expressaram apoio a Maduro, e a Rússia enviou ao país um pequeno contingente de tropas.