Uma equipe de biólogos marinhos encontrou o maior “berçário” de polvos do mundo no fundo do Oceano Pacífico, perto da costa de Monterey, no estado norte-americano da Califórnia.
A descoberta, realizada por uma expedição científica do projeto EVNautilus, detectou o maior viveiro de polvos já encontrado nas fendas de um vulcão submarino extinto, contabilizando mais de mil espécimes.
A impressionante concentração de polvos (Muusoctopus robustus) foi encontrada em uma área rochosa e inexplorada, localizada a cerca de 3 mil metros de profundidade. A maioria das fêmeas da colônia tinham suas extremidades invertidas, se debruçando sobre os ovos para protegê-los.
De acordo com a mídia local, essa é a segunda vez que uma aglomeração desse tipo é descoberta. O primeiro “berçário” foi descoberto na Costa Rica. No entanto, sua dimensão era menor do que o agora encontrado na Califórnia.
“Nunca descobrimos algo assim na costa oeste dos Estados Unidos (…) nem nunca descobrimos no mundo algo com esses números”, disse o pesquisador Chad King.
Essa é uma descoberta sem precedentes. Os polvos são amplamente conhecidos como animais solitários, sendo raro encontrar tantos exemplares em apenas um local – embora estudos recentes afirmem que esses animais não são tão solitários como imaginávamos.
“Descemos o flanco da pequena colina submarina e foi aí que, inesperadamente, começamos a ver algumas dúzias de polvos aqui, dúzias de polvos ali, dúzias de dúzias, dezenas em toda a parte“, acrescentou King em declarações à National Geographic.
O especialista explicou que a descoberta sugere que existem potenciais “habitats essenciais” para diferentes espécies e, por isso, é necessário proteger a área.
Além disso, notaram os cientistas, a água parecia brilhar em vários lugares onde os polvos se concentravam, como uma espécie de “oásis ou uma onda de calor”.
Os especialistas acreditam que água quente pode estar saindo do afloramento rochoso, fazendo com que os polvos escolham se resguardar nesses pontos, de forma a utilizar o calor para ajudar na incubação dos ovos.
“Parecia, definitivamente, que os polvos queriam estar lá“, concluiu King.
Ciberia // ZAP