Uma jovem sudanesa de 19 anos foi condenada à morte por assassinar o marido, com quem foi obrigada a se casar e que a estuprou com a ajuda de familiares.
Segundo o The Guardian, Noura Hussein foi condenada à pena de morte, na quinta-feira (10) em um tribunal em Omdurman, no Sudão. O caso tem causado indignação nas redes sociais e, no Twitter, já circula a hashtag #JusticeforNoura.
Os advogados de defesa da jovem de 19 anos, que está presa desde maio de 2017, têm agora 15 dias para recorrer.
Noura foi forçada a se casar aos 16 anos, tendo fugido para a casa de uma tia, onde se refugiou durante três anos, até a família ter garantido que o casamento fora cancelado.
Enganada, a jovem teve mesmo que se casar e, no sexto dia com o novo marido, foi forçada a ter relações sexuais, tendo sido estuprada pelo homem com a ajuda de familiares.
“Ela não queria ter relações sexuais com aquele homem”, explica a ativista Sarah ElHasan, em declarações à Al Jazeera, citada pelo jornal britânico. “Então ele pediu ajuda a alguns primos e os levou para a sua casa, onde a seguraram enquanto ele a estuprava”, conta.
No dia seguinte, quando houve uma nova tentativa de estupro, Noura confrontou o marido e o esfaqueou até a morte, tendo fugido depois para a casa dos pais, que a entregaram à polícia.
Na sequência da sentença, a Equality Now, um grupo de Direitos Humanos que acompanha o caso, prometeu escrever ao presidente do país, Omar al-Bashir, para pedir clemência. “Também apelamos às pessoas espalhadas pelo mundo para que assinem a petição de apoio a Noura”, apela Tara Carey.
Ciberia // ZAP