Um time de cientistas da Monash University (Austrália) criou um “olho biônico” que, de acordo com eles, tem o potencial de devolver a visão a cegos através de um implante no cérebro.
Os pesquisadores estão a caminho do primeiro teste clínico do mundo de olhos biônicos em humanos. E eles precisarão de recursos para a fabricação e distribuição do dispositivo pelo mundo.
São basicamente microeletrodos implantados no cérebro conectados a dispositivos eletrônicos semelhantes ao um smartphone, de acordo com o TechCrunch.
Há mais de uma década o sistema Gennaris de visão biônica tem sido elaborado. Ele conecta diretamente a retina a região que controla a visão no cérebro, criando uma rota alternativa aos nervos óticos que não funcionam mais.
O olho biônico do sistema Gennaris consiste em um capacete que contém uma câmera e um processador que transmite as informações diretamente para os implantes no cérebro.
“Nosso design cria um padrão visual a partir de combinações de até 172 pontos de luz (fosfenos) que fornecem informações para o indivíduo navegar em ambientes internos e externos e reconhecer a presença de pessoas e objetos ao seu redor”, afirmou o professor Arthur Lowery, da Monash University em um press release.
Os cientistas querem alterar o mesmo sistema para melhorar a qualidade de vida de pessoas com membros paralisados para que recuperem movimentos.
“Se for bem-sucedida, a equipe MVG [Monash Vision Group] procurará criar uma nova empresa comercial focada em fornecer visão para pessoas com cegueira intratável e movimento para os braços de pessoas paralisadas por tetraplegia”, afirmou o Dr. Philip Lewis, também da Monash.
Três ovelhas receberam, em junho, o implante cerebral com os sensores e após 2,7 mil horas de estímulos recebidos pelos sensores não foram encontraram efeitos colaterais.
Não foi mencionada uma data para os testes em humanos iniciarem.
“Com investimento extra, seremos capazes de fabricar esses implantes corticais aqui na Austrália na escala necessária para avançar para testes em humanos”, afirmou Marcello Rosa, professor de fisiologia da Monash e membro do MVG, no release.
Pouco tempo atrás a Neuralink, empresa de Elon Musk que está trabalhando uma conexão entre cérebro e computador, exibiu seus testes clínicos em porcos vivos. Elon mencionou propósitos similares como o tratamento de problemas no cérebro.
No entanto a afirmação do primeiro “olho biônico” pode ser apenas jogo de palavras já que implantes semelhantes já foram realizados com variados graus de êxito anteriormente. No entanto nenhum deles chegou perto da visão humana normal até o momento.
// HypeScience