Os antepassados primitivos das baleias tinham dentes “extremamente afiados”, semelhantes aos dos leões e os lobos, que utilizavam para devorar suas presas, e não para filtrar alimentos da água, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (30).
O estudo dos Museus Victoria e da Universidade Monash, ambos com sede na cidade australiana de Melbourne, publicado nesta quarta no Royal Society Journal Biology Letters, é o primeiro a contradizer a teoria que aponta para que estes mamíferos pré-históricos só utilizassem seus dentes para filtrar a comida e não para se alimentarem.
“Ao contrário do que muita gente pensou, parece que as baleias nunca usaram os dentes como uma peneira, e, em vez disso, sua estratégia de alimentação usando um ‘filtro’ evoluiu mais tarde, talvez até depois de já terem perdido os dentes”, disse o coautor principal do estudo, o professor Alistair Evans, da Escola de Ciências Biológicas de Monash.
A pesquisa afirma que os antepassados das baleias com barbas, entre as quais se encontram a baleia franca austral e a baleia azul, mordiam e cortavam suas enormes presas com seus dentes afiados em vez de os deslizarem através das barbas.
As barbas das baleias, que podem ser parecidas com um pente, consistem em lâminas córneas e elásticas que estes mamíferos têm nos maxilares e que utilizam para filtrar plâncton e pequenos crustáceos da água. “A alimentação por filtro é um traço determinante das baleias modernas“, explicou Alistair Evans.
Desde a época de Charles Darwin os cientistas têm estado intrigados pela forma como os misticetos, que são os antepassados das baleias com barbas, fizeram essa evolução, deixando de morder a presa com os dentes para filtrá-la.
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