Arqueólogos descobriram um gigantesco monumento de pedra perto do Mar Cáspio, com área equivalente a 200 campos de futebol.
A novidade foi publicada na revista Ancient Civilizations from Scythia to Siberia.
As estruturas são feitas “de placas de pedras inseridas verticalmente no chão”, segundo descrição dos pesquisadores. Cada uma das pedras tem um tamanho diferente, sendo que algumas medem apenas quatro metros, enquanto outras metem 34m por 24m. Os pesquisadores ainda não sabem por que elas são tão variadas.
Quem está estudando a região são os pesquisadores Andrey Astafiev, da Reserva Histórica e Cultural Magistaus do Cazaquistão, e Evgenii Bogdanov, da Academia Russa de Estudos.
Tudo começou em 2010, quando um homem conhecido como F. Akhmadulin explorava a região com um detector de metais e notou algo estranho: pedaços de prata perto de uma enorme placa de pedra na região de Altÿnkazgan.
Não é incomum que arqueólogos façam uma grande descoberta ao seguir dicas de amadores, então os pesquisadores logo se interessaram pelas informações do homem.
A descoberta que mais animou os pesquisadores foi uma sela de prata com decoração em alto-relevo, com imagens de javalis, veados e animais que parecem ser leões.
“Infelizmente, a situação socioeconômica da região não é uma em que é fácil se envolver em pesquisas arqueológicas, e foi apenas em 2014 que os autores deste artigo conseguiram escavar certas partes deste local”, escreveram os autores.
Quando as escavações começaram em 2014, os arqueólogos tralharam na estrutura de pedra onde Akhmadulin encontrou a sela. Eles localizaram mais partes de selas e outros artefatos, incluindo dois objetos de bronze que são pedaços de um chicote.
Quem era o dono da sela?
Certas características da construção e detalhes das pedras de Altÿnkazgan nos permite dizer que elas foram deixadas ali por tribos nômades. O design das decorações da sela indica que ela foi feita quando o Império Romano estava se despedaçando e um grupo chamado Hunos estavam viajando pela Ásia e Europa.
O dono da sela provavelmente era alguém de poder e riqueza consideráveis. Os símbolos chamados “tamgas” encontrados acima das cabeças dos predadores podem ser uma indicação do status privilegiado do dono da sela, assim como uma ligação com o clã do qual ele fazia parte, explicam os pesquisadores.
Ainda não ficou claro por que as selas foram colocadas na estrutura de pedra, mas é possível que isso tenha acontecido por conta de algum ritual, como em um enterro. Restos de um esqueleto foram encontrados abaixo da estrutura, mas ele é muito mais recente do que a sela.
As pesquisas continuam para responder a essa e outras perguntas, e a dupla de pesquisadores pretendem publicar um novo artigo em 2017.
“Espero que um dia haja um filme sobre as escavações arqueológicas de Mangÿshlak, sobre civilizações antigas e habitantes modernos”, diz Bogdanov ao Live Science.