Os monges da abadia de Grimbergen, na província de Brabante Flamengo, na Bélgica, encontraram a receita original de uma cerveja que era produzida artesanalmente no local há 224 anos e voltarão a fabricá-la.
Monges da Abadia de Grimbergen, na Bélgica, voltaram a produzir uma cerveja comum durante a Idade Média após encontrarem sua receita — que ficou perdida por 220 anos.
O método está descrito em um livro do século 12, no qual os religiosos da época especificam o uso de lúpulo ao invés de ervas fermentadas — fato que os coloca à frente dos conhecimentos de seus contemporâneos.
Em entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira, os monges anunciaram que acharam a fórmula nos arquivos da abadia e estão reformando uma sala do mosteiro onde ficará a nova fábrica, que produzirá anualmente cerca 1 milhão de litros da bebida em parceria com as marcas Carlsberg e Alken-Maes.
Um dos monges, Karel Stautemas, disse em entrevista à emissora “Rádio 2” que as obras começarão ainda neste ano.
“Nós tínhamos livros com as receitas antigas, mas ninguém conseguia lê-los“, explicou Stautemas. “Estava tudo em latim e holandês antigo. Então nós trouxemos voluntários e passamos horas folheando os livros e descobrimos listas de ingredientes para cervejas produzidas em séculos anteriores.”
A expectativa é de que a primeira cerveja Grimbergen esteja pronta até o final de 2020. Os lucros das vendas serão destinados à manutenção da Abadia e a ajudar os fiéis que “batem em sua porta”.
A abadia foi construída em 1128 e saqueada por tropas francesas em 1795, o que causou a destruição da cervejaria e a perda da receita. Grande parte do templo foi reconstruída, mas a fórmula só foi encontrada após uma longa pesquisa nos acervos do mosteiro, incluindo um difícil trabalho de tradução de latim e holandês antigos.
A cerveja fabricada será uma trippel de 10,8% de teor alcoólico e que ficará durante cinco meses em maturação em barris de uísque. A nova fábrica funcionará no mesmo lugar onde a cerveja era preparada no século XVII, e uma parte da produção será exportada para a França.
Ciberia // EFE